É de conhecimento geral que as coisas na Europa estão bem complicadas: Grécia, Itália, Espanha, Irlanda, Alemanha e Inglaterra têm sido os protagonistas (ou antagonistas, dependendo do ponto de vista) dessa história real. Estava
lendo algumas notícias sobre finanças pessoais pela internet e me deparei com
uma em especial que mereceu esse post. Um jornal eletrônico português, chamado Diário Económico, publicou uma matéria intitulada “Erros que as famílias cometem nas finanças pessoais”.
Uma das coisas que
me chamou a atenção nessa matéria foram os comentários dos leitores. Muitos
criticam a consultoria que foi entrevistada pelo jornal: alguns a acusam de ter
influenciado na compra de bens de alto valor, que facilitaram a aquisição de
créditos pessoais, que não acompanharam as famílias... enfim, até onde
acompanhei, os nossos irmãos portugueses estavam furiosos com a reportagem, com
a empresa que fora entrevistada.
Mas
esse não foi o único ponto que me chamou a atenção. Talvez não seja certo fazer
isso, mas não julgando quem está certo ou errado sobre o caso da consultoria que acusam (eu particularmente não tenho
conhecimento de causa para julgar isso), percebemos que a situação dos portugueses,
senão da maioria dos europeus, é muito delicada. Quando se trata de finanças
pessoais, apesar deles terem um melhor nível de educação financeira (como se
aponta em alguns estudos), a grande massa está em enormes apuros. Alguns, de
acordo com comentários, não conseguem mais pagar suas contas: se endividam
ainda mais e, com a pressão emocional em patamares talvez nunca experimentados,
chegam a cometer suicídio. O governo português, nos últimos anos (na última década),
subsidiou inúmeros itens da vida do cidadão português: casa, carro, bens de
consumo (soa familiar?). Enfim... por ter proporcionado um conforto exagerado à
população, hoje o cidadão português sofre as consequências, bem como toda
Europa (pois isso é um padrão comportamental na maioria dos outros países: o
paternalismo).
Apesar de se ter diferenças culturais marcantes e uma situação
sócio-político-econômica diferente, o brasileiro tem que tomar cuidado. Pode ser que não
ocorra nada do que hoje ocorre na Europa, mas não custa nada prevenir. Temos muitos
programas sociais e subsídios que têm a boa intenção de diminuir as diferenças
sociais, e isso é louvável. Mas como bom mineiro, sou bem desconfiado – é como
diz um antigo dito: “De boas intenções o inferno está cheio”.
Devo
ter dito em outros artigos que os povos latinos são naturalmente imediatistas e
indisciplinados. Infelizmente isso é verdade. MAS indisciplina e imediatismo são
hábitos e todos os hábitos podem ser modificados: se as pessoas, primeiro,
tomarem consciência deles; e, principalmente: FIZEREM UM ESFORÇO REAL, PERSISTENTE E CONSISTENTE PARA MUDÁ-LOS.
Depender do governo não deve ser uma opção. Nunca! Devemos trabalhar fortemente
naquilo que nos propusemos a fazer, construir aos poucos nossas vidas, sermos
felizes com aquilo que temos e nos educarmos durante a caminhada tanto formalmente,
quanto financeira, social, ambientalmente... Educação é a chave-mestra: sempre
foi! Mas não falo simplesmente da educação ‘formal’, conseguida em instituições
de ensino e nos livros. Esse tipo de conhecimento está disponível, reunido e
organizado, em verdade, para quem quiser nas faculdades e bibliotecas espalhadas
pelo País. Eu falo de uma educação diferente, da que realmente constrói o ser
humano, suas relações e o mundo através da PRÁTICA: aquela que reúne o “saber como fazer” (teoria) e,
especialmente, o “saber fazer” (prática). Mudar a vida das pessoas, mesmo que um
pouquinho, simplesmente por ter prestado o seu melhor serviço.
Ah!
Por fim, recomendo que leiam a reportagem (aqui) e, se possível, grande parte
dos comentários dos portugueses: não queiram ser como eles daqui a 10 ou 20
anos. O que parecia ser a melhor coisa do mundo naquela época (década de 90),
hoje, para eles, é o inferno na terra. Então, lembrem-se: pensamento crítico, razão e cuidado!
Bom feriado!
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Muito boa a matéria!
ResponderExcluirabços
ITM