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26 de abril de 2011

Eu sei, mas não devia

Esse é um texto interessante para se pensar e até para se colocar outras perspectivas. Vale a reflexão.


"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Autora: Marina Colasanti


15 de abril de 2011

Razões para Acreditar

Já tem alguns dias que uma propaganda vem me chamando muita atenção. Todas as pessoas no mundo conhecem o produto, seja aqui no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, na China, em qualquer país africano ou em qualquer ilhota que exista no oceano pacífico. É a marca mais valiosa do mundo: a Coca-Cola. Para quem não sabe, esse produto nasceu a partir de uma fórmula mais um ingrediente muitíssimo especial: imaginação. Como já devem ter visto, a empresa está completando 125 anos e está com um comercial envolvente.

Segue abaixo o comercial:



Apesar que é uma propaganda para reforçar a marca e o produto, me levou a pensar o quão fortes e grandes podemos ser apenas se quisermos. Vamos contar um pouquinho da história da Coca-Cola, só para nos situarmos.

Em 1886, enquanto a Estátua da Liberdade estava sendo erguida em Nova Iorque, John Pemberton, um farmacêutico de Atlanta que gostava de manipular fórmulas medicinais com o intuito de curar dores de cabeça, criou uma mistura líquida de cor caramelo. O contador desse farmacêutico, que se chamava Frank Robinson, batiza a bebida com o nome de Coca-Cola - detalhe: a caligrafia do nome é desse mesmo contador até hoje! Era uma bebida que se misturava à água gasosa e as pessoas a consideravam muito especial. Nos primeiros anos vendia-se cerca de 9 copos (237ml) por dia da bebida a US$ 0,05 cada (muito dinheiro para a época). Em 1891, o farmacêutico toma a decisão de vender por R$ 2.300,00 sua fórmula para um vendedor de balcão: Asa Candler - essa era a economia de toda sua vida! Esse homem, visionário, vendedor nato, faz a bebida ser conhecida em outras grandes cidades e a coisa começa a tomar proporções gigantescas. Depois disso a Coca-Cola passa para outros donos e só vai se alastrando no mundo. Não quero me delongar em contar toda a história, pois ela, claro, é grande e repleta de detalhes.

O que quero expor é que uma pequena, simples idéia, simples ATITUDE fez com que um líquido de cor caramelo se tornasse a bebida mais conhecida por todos mundialmente.Fez com que, um século depois, a empresa The Coca-Cola Company produzisse mais de 38 bilhões de litros apenas do xarope.

O vídeo de comemoração mostra que existem mais pessoas ou coisas boas no mundo do que reportam a TV, os sangrentos jornais, revistas, mídia em geral. Existe sim, muita gente que quer fazer o bem e faz o bem todos os dias. Existem pessoas ruins? Sim, claro e infelizmente - mas elas são tão poucas que quando a mídia tem que "vender", faz qualquer coisa para o fato ruim ficar maior e pior do que já é.

Todos nós somos repletos de capacidades, cada um com a sua de forma diferente e complementar. podemos construir o nosso futuro e, durante esse caminho, ir ajudando os outros sempre que possível. Conforme disse, em algum tweet que enviei a alguns dias, vou escrever minha experiência pessoal sobre como eu estou mudando a vida de pessoas, sua vida financeira e, inclusive, sua vida social, familiar... e hoje, enquanto ainda não escrevo minha experiência (e ela tem que ser completa), posso dizer que através de minha profissão ajudarei milhares de pessoas a melhorarem suas vidas e, melhorando hábitos, a mudar a vida das próximas gerações. Por enquanto só fiquem com a seguinte mensagem: você faz a diferença no mundo para alguém e isso é MUITO importante!

Aguardem! (e comentem!)


PS.: em uma consulta que realizei no meio da terde de hoje MEDO gerava 75.400.000 de resultados no Google; AMOR retornou 444.000.000 - bem mais expressivo, não?!