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29 de dezembro de 2009

Mensagem de Ano Novo

Antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas; fiquei afastado do blog por algumas poucas semanas porque realmente precisei: finalizando meu MBA em Mercado de Capitais - que imaginei que seria mais tranquilo no final acabou sendo muito mais agitado - festas, sem acesso a internet na época do Natal... isso tudo contribuiu para meu "afastamento".

Mas de certo modo, deu tempo para refletir e pensar no último post do ano.

É tempo de festas! Mas também de reflexão. É incrível como essas últimas semanas sempre nos remetem a pensar no que aconteceu de bom, de ruim, no que realizamos, no que não conquistamos, enfim, o 'Balanço do Ano'. Eu, particularmente, faço meu balanço trimestralmente (parece até empresa de capital aberto!): nele verifico como está meu desempenho em alguns papéis de minha vida: como pessoa, marido, filho, profissional, amigo, e tantos outros papéis que eu tiver. Além disso, também faço o Balanço do meu Patrimônio Líquido - ou seja, quanto que minha riqueza cresceu ou diminuiu ou ficou parada (patrimônio de verdade: todos os bens, investimentos e disponibilidades menos as obrigações financeiras). Nesse balanço, por ter um tempo relativamente curto, consigo verificar desvios no meu planejamento anual e corriji-los a tempo, antes que chegue essa época sem que consiga saber exatamente o que ocorreu.

Além do mais, nos dois últimos dias, antes da virada, faço meu planejamento de tempo, traço (ou retraço) minhas metas e objetivos seguindo algumas definições comigo: duas grandes metas anuais que se dividirão em metas mensais (4), semanais (2) e depois em tarefas diárias. É um planejamento demorado, mas norteia todo o ano e te dá foco; impõe um sentimento natural de disciplina; e, com as revisões periódicas, mantém-se a clareza do alvo.

Não vou me estender muito nesse assunto, mas vale pensar em aprender coisas novas: novos cursos, um novo idioma, aperfeiçoar-se, enfim, tem muita coisa que dá pra ser feita num ano que, novamente, chega "limpinho".


Desejo a todos um Feliz Ano Novo repleto de realizações, sucesso, muita saúde, paz e felicidade.



Phillip Souza, o Investidor Milionário.

10 de dezembro de 2009

Alguns passos para o conhecimento em finanças pessoais

Não poderia deixar de publicar palavras tão concisas e importantes quanto as que estão abaixo. São do Marco Antônio Goulart (mais informações em www.marcofinanceiro.com.br)


Dinheiro quando bem utilizado pode trazer felicidade, por isso precisamos saber administrar nossos recursos.

Antes de saber como administrar é preciso que se tenha conhecimento da própria personalidade, objetivos para o futuro próximo e distante.

A personalidade esta diretamente ligada a nossa capacidade de administrar determinado tipo de investimento, se somos pessoas conservadoras devemos nos manter afastados de negócios de alto risco, por outro lado se somos arrojados podemos participar de negócios de maior risco e maior capacidade de retorno. Existe uma máxima no mundo dos investimentos: quando maior o risco, maior a possibilidade de ganho/perda.

Além de nossa personalidade o estágio da vida em que nos encontramos também deve influenciar nossas decisões de investimento, pessoas jovens podem se dar ao luxo de correr mais riscos pois caso algum problema venha a ocorrer ainda existem muitos anos pela frente para superar tal eventualidade. Pessoas mais velhas não tem esta facilidade, já que muitas vezes tem de sustentar filhos, moradia, etc.

Então o como administrar estará diretamente relacionado a nossa idade e personalidade, mas e os objetivos? Esse é talvez o passo mais difícil de se realizar, quais os nossos objetivos para o futuro? Do que gostamos? O que queremos? Precisamos pensar hoje sobre onde gostaremos de estar no amanhã. Os objetivos podem estar relacionados a moradia (casa própria), viagens, estudo, família. É importante que existam metas para cada aspecto da vida, tarefa complexa.

De posse destas metas temos o onde chegar. Já sabemos que para chegar lá precisamos conhecer nossa personalidade e reconhecer qual o estágio da vida.

O como chegar esta relacionado com nossas atividades do dia a dia. Se precisamos ter 100 mil reais daqui a 10 anos para atingir nossos objetivos então precisamos realizar atividades que nos remunerem de forma suficiente a suprir nossas despesas diárias e gerar uma poupança, que com o tempo se transformará no montante desejado.

A atividade diária que devemos realizar é o conhecimento de nossas receitas e despesas. Para economizar primeiro precisamos saber quanto gastamos e quanto sobra no final do mês, e se não sobra nada como fazer algum tipo de economia.

De posse do conhecimento de receitas e despesas temos a geração da poupança, ou seja, o que nos fará chegar onde desejamos.

Agora entra o como administrar. Devemos tratar nossa poupança como algo valioso, mais do que uma quantia em dinheiro é a realização de nossos objetivos e recompensa pelo afinco depositado nesta tarefa. Nossa poupança esta disponível para o investimento. O mercado nos oferece todo o dia diversas possibilidades de investimento, do mais agressivo e com maior chance de ganho ou perda, ao mais conservador. Como administrar deve partir de nossa capacidade de obter conhecimento sobre investimentos, prática e experiências vividas neste cenário. Em geral pessoas que já tem um montante elevado de poupança pagam para que outros administrem esta poupança. Os que não têm esta sorte devem administrar seus recursos por conta própria. Quanto maior o conhecimento e dedicação maior a rentabilidade da poupança.

Mas quanto minha poupança deve render? Posso colocar meu dinheiro na caderneta de poupança do banco já que o banco me diz que ela rende X% mais inflação? A poupança deve render o necessário para que se atinja o objetivo financeiro futuro de acordo com as economias mensais. Para se ter o conhecimento exato a respeito disso é necessário que se faça algum tipo de cálculo financeiro. De qualquer forma é preciso saber que o poder do tempo é enorme quando pensamos em investimentos. Ex: uma economia diária de 0,12 centavos que obtem uma rentabilidade de 1% ao mês (algo bastante factível) se transformará, após 40 anos, em algo em torno de R$ 380 mil. Parece mentira, mas é isso mesmo!

Então quando o assunto é investimento precisamos ter em mente que devemos conhecer nossos objetivos, planejar, dedicar tempo ao conhecimento das possibilidades de investimento, e nos dedicarmos diariamente à realização de economia geradora de poupança.


Por Marco Antônio Goulart, associado núcleo APIMEC-SC, administrador, investidor, e pesquisador do projeto PLATIC (www.platic.ufsc.br).

5 de dezembro de 2009

Os 10 Mandamentos do Value Investor

O "value investment", como alguns já sabem, trata-se da "escola" de investimento a qual Benjamin Graham deu forma e Warren Buffet prestígio. Acredito que seja útil publicar o resultado desses esforços.

Note que não há nada revolucionário nestes conceitos. Muito pelo contrário, existem observadores do mercado que acham que são ultrapassados e que uma fortuna nebulosa voando é bem mais interessante do que lucro firme na mão. Tem outros ainda que consideram que se fixar somente em "preço" e "valor" é simples demais e preferem enfatizar elucubrações sobre "beta" e o "CAPM" (Capital Asset Pricing Model).

Na verdade, como outras grandes idéias, os conceitos de value investment são simples mas profundos e, por isso, possuem a capacidade de mudar a concepção das pessoas sobre o que exatamente é o mercado de ações. Vamos lá.

1. Enquanto uma empresa continuar a operar normalmente, ela possui um valor "intrínseco" baseado no potencial do negócio da empresa de gerar e distribuir lucros. Este valor intrínseco não é um valor exato mas uma faixa de possíveis valores que se desloca no tempo. Mesmo assim, em casos onde os resultados passados de uma empresa mostram uma relativa estabilidade de tendência, a faixa pode ser identificada com razoável precisão.

2. A bolsa não é um mecanismo para avaliar ações mas um ente coletivo sujeito às mais variadas emoções. Excetuando as oportunidades de aproveitar de seus momentos de pânico, a bolsa, para o value investor, é simplesmente um lugar onde ele executa suas operações de compra e venda.

3. Assim, ao longo do anos, o valor de uma empresa na bolsa oscila em volta de seu valor intrínseco, em muitos casos divergindo deste valor - particularmente quando a bolsa como um todo está em baixa - durante períodos prolongados. Mas como o mercado de ações é razoavelmente "eficiente" há sempre uma tendência do valor em bolsa voltar, no médio a longo prazo, para o valor intrínseco. São os períodos durante os quais o valor intrínseco excede significativamente o valor em bolsa que oferecem as boas oportunidades de compra.

4. Como não é possível calcular o valor intrínseco de uma empresa com precisão, e como a trajetória futura da empresa é sujeita a uma diversidade de influências, muitas negativas, é importante comprar uma ação quando seu preço oferecer um grande desconto sobre seu valor intrínseco. Esta "margem de segurança" minimizará a chance de perda e maximizará a possibilidade de ganho.

5. Para calcular o valor intrínseco de uma empresa é necessário analisar sua trajetória ao longo de pelo menos 10 e idealmente 20 anos, a fim de estabelecer uma base para projetar os lucros futuros. Devido à grande dispersão de seus resultados, no entanto, muitas empresas não se prestam a este tipo de estudo e devem ser rejeitadas como opções de investimento.

6. Se um investidor possuir o tempo e a perícia para identificar boas empresas com grande capacidade para gerar lucros, e se ele encontrar suas ações à venda a um preço atraente, ele deve investir uma percentagem significativa de seus fundos em cada empresa: tais descobertas são raras e oferecem oportunidades superiores de ganho. Em conseqüência este investidor terá poucas empresas em sua carteira e as manterá durante muitos anos. Como seus investimentos serão concentrados em poucas empresas o investidor deve conhecer estas empresas em profundidade e acompanhar de perto o desenvolvimento de seus negócios.

7. Se, ao contrário, o investidor não encarar seus investimentos como uma ocupação de tempo integral, ele deve enfatizar técnicas para minimizar seu risco. Ele deve concentrar sua atenção em empresas que são proeminentes em seu setor e que apresentam forte posição financeira, vendas substanciais, consistente geração de lucros e dividendos, crescimento razoável, e indicadores preço/lucro e preço/patrimônio líquido moderados. Ele deve estabelecer uma carteira com um mínimo de 10 empresas. Desta forma diversificando o risco, o desempenho médio de sua carteira compensará erros de avaliação ou o impacto de imprevistos no caso de algumas de suas escolhas.

8. Mas, mais importante de tudo, o investidor não profissional deve tomar medidas para evitar pagar caro por suas ações. Ele tem duas alternativas. A mais fácil é simplesmente assegurar preços médios do mercado. Para conseguir isso ele investe, na compra de ações, valores iguais a intervalos regulares (de um mês, um trimestre, ou um ano) ao longo dos anos. Embora o retorno possa aparecer amanhã, este investidor deve pensar num horizonte de investimento de pelo menos 5 anos. É a natural tendência de boas empresas expandirem seus lucros - e estes se refletirem na valorização de suas ações - que fornece a margem de segurança desta abordagem.

9. Na segunda alternativa o pequeno investidor adota uma postura mais ativa. Ele estabelece uma carteira a partir de uma estratégia, entre várias, que tentar identificar ações subavaliadas, baseada em seus indicadores de mercado. Ele pode, por exemplo, só investir em ações cujos indicadores preço/lucro e preço/patrimônio líquido se encontre abaixo de certos limites predefinidos. É o desconto no preço da ação evidenciado pelo desconto nos indicadores que representam sua margem de segurança. Mesmo assim, paradoxalmente, ele não tem nenhuma garantia de obter um retorno adicional como resultado de seus esforços.

10. Seja qual for a técnica adotada, qualquer programa de investimento deve, obrigatoriamente, incluir a aplicação de 50% de seus fundos, em média (e nunca menos de 25%), na renda fixa. Além de fornecer um colchão para emergências, a renda fixa complementa a renda variável, freqüentemente aumentando quando o retorno da renda variável diminui, por exemplo - e vice-versa.

*É importante entender que omitiu-se aqui o tratamento dado a um campo especializado, definido por Graham como "situações especiais". Embora o campo, que inclui, por exemplo, oportunidades surgidas de operações da cisão, aquisição e incorporação de empresas, seja atualíssimo no Brasil de hoje, é uma área que necessita de conhecimentos especializados.

2 de dezembro de 2009

Principais indicadores de mercado

Estou, agora, estudando Análise Fundamentalista de ações. Então, como já se era de esperar, muitos indicadores aparecem para ser estudados. Compartilho-os com vocês:

Principais indicadores financeiros

Este quadro traz, com base nos últimos demonstrativos financeiros disponíveis, os principais indicadores financeiros.

Vale lembrar que os indicadores são, em sua grande maioria, múltiplos obtidos a partir de informações do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultados.

No caso de empresas não financeiras os indicadores são:

Patrimônio/Ativo: mede a relação entre o patrimônio líquido e o ativo total, considerando dados do último balanço patrimonial disponível. Serve para medir qual porcentagem dos ativos da empresa é financiada por recursos próprios.

Endividamento Líquido: mede a relação entre a dívida líquida da empresa em relação ao capital investido na empresa, considerando dados do último balanço patrimonial disponível. O capital investido é definido como a soma da dívida de longo prazo e o patrimônio líquido da empresa.

Liquidez corrente: calculado como sendo o quociente entre o ativo circulante e o passivo circulante da empresa, considerando dados do último balanço patrimonial disponível. Determina o quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve pagar no mesmo período.

Cobertura de Juros Líquida: indicador calculado como sendo a divisão do lucro antes dos juros e impostos pelas despesas financeiras líquidas da empresa. O cálculo do indicador considera os últimos quatro demonstrativos de resultados trimestrais, trabalhando no conceito de média móvel.

Margem Bruta: calculada como o quociente entre o resultado bruto e a receita líquida de vendas da empresa. O cálculo do indicador considera os últimos quatro demonstrativos de resultado trimestral, trabalhando no conceito de média móvel.

Margem Líquida: calculada como o quociente entre o resultado líquido e a receita líquida de vendas da empresa. O cálculo do indicador considera os últimos quatro demonstrativos de resultado trimestral, trabalhando no conceito de média móvel.

Retorno sobre Patrimônio: mede o retorno do capital investido pelos acionistas (patrimônio líquido). O indicador é calculado como sendo o quociente entre o lucro líquido da empresa e o seu patrimônio líquido. O cálculo do lucro líquido considera os últimos quatro demonstrativos de resultado trimestral, trabalhando no conceito de média móvel, dividido pelo patrimônio líquido médio no período.


Principais indicadores fundamentalistas
Este quadro traz, com base nas cotações de fechamento diárias da ação e nos últimos demonstrativos financeiros da empresa sendo analisada, seus principais indicadores fundamentalistas.

P/VPA: mede a relação entre a última cotação de fechamento de uma ação e o valor patrimonial por ação deste mesmo papel. Embora existam diferenças significativas entre os P/VPAs das empresas, dependendo do seu setor de atuação, pode-se dizer que P/VPAs elevados podem indicar ações consideradas mais "caras", enquanto P/VPAs mais baixos podem indicar o contrário.

P/LPA: mede a relação entre o preço de uma ação e o lucro por ação deste mesmo papel nos doze anteriores. Embora existam diferenças significativas entre os P/LPAs das empresas, dependendo do seu setor de atuação, pode-se dizer que P/LPAs elevados podem indicar ações consideradas mais "caras", enquanto P/Ls mais baixos podem indicar o contrário.

Dividend Yield: mede a distribuição de proventos nos últimos doze meses, em relação à cotação das ações. Por exemplo, uma empresa que distribuiu R$ 6,00 em proventos nos últimos doze meses e tem suas ações cotadas a R$ 50,00, apresenta um DY de 12%.


Principais indicadores técnicos
Este quadro traz, com base nas cotações de fechamento diárias da ação sendo analisada, os principais indicadores técnicos.

Tendência de MACD: um dos indicadores mais utilizados em análise técnica, sobretudo para determinar a tendência no qual o preço a ação se encontra. Determinar a tendência é muito importante, pois é mais fácil prever o comportamento de uma ação que segue uma tendência.

IFR: O Índice de Força Relativa é um indicador mais defensivo, não podendo ser interpretado somente de acordo com sua magnitude absoluta. Dentre os principais indicadores, o IFR é provavelmente aquele que fica mais tempo em território neutro. Porém, vale a pena analisá-lo quando os valores chegam a extremos, pois aí podem estar as boas oportunidades de negócios.

Estocástico: se preocupa mais com a oscilação dos ativos do que com a tendência. Compara o preço atual com o seu comportamento recente, sendo um bom indicador para mostrar se o preço atual é insustentável. Por ser um indicador de curtíssimo prazo, é melhor utilizado se for analisado juntamente com um indicador de tendência, como o MACD, por exemplo.

MOM: mede a mudança de preços de uma ação em um determinado período. Este indicador é mais eficaz em um mercado mais volátil, já que em um mercado relativamente estável, o MOM tende a flutuar próximo a zero. Deve ser utilizado com atenção, pois não indica a formação de tendências, mas sua maior eficácia está em determinar pontos onde o movimento de preços foi extremo, o que pode levar a uma correção de curto prazo.