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15 de janeiro de 2010

Como construir um patrimônio

De volta à ativa com o blog. Fiquei afastado por algumas semanas para arejar a cabeça e me reposicionar diante dos novos desafios desse novo ano (e confesso que já são grandes!). Desculpem-me pela demora, mas é sempre importante fazer um balanço! De imediato começo com as publicações de 2010 falando de um tema muitíssimo importante: o Patrimônio Líquido - a verdadeira medida da riqueza. Vamos lá!



Construir um patrimônio não é uma tarefa simples. Há muitas pessoas que chegam a aposentadoria sem um tostão sequer e precisam viver as custas de favores de filhos e parentes. Este é seu maior estímulo para você construir um patrimônio, poder chegar a aposentadoria tendo conquistado sua independência financeira.

A primeira preocupação é formar um patrimônio que esteja a salvo da inflação. Não adianta nada passar a vida economizando se você deixar que a inflação destrua seu patrimônio.

O patrimônio Líquido é igual à totalidade de seus bens subtraída dos compromissos financeiros.

Um processo de construção de patrimônio envolve os seguintes passos:

- Ser realista

- Estabelecer metas

- Criar uma estratégia

- Ser flexível, seus objetivos podem mudar


Identifique seu patrimônio

Todo e qualquer ativo tem um preço que pode aumentar ou cair ao longo do tempo. Você precisa estar sempre atento a essas oscilações, mesmo dos ativos de menor liquidez como os imobiliários.

Por isso, para saber se você está de fato construindo um patrimônio é fundamental fazer periodicamente um levantamento do valor de todos os seus investimentos, mesmo os imóveis. Compare então o valor atual com o valor de quando eles foram comprados. Se forem maiores você está construindo um patrimônio, se forem menores você está amargando prejuízo e terá que rever suas aplicações.

Faça um levantamento dos ativos e passivos que você tem. Conhecer o seu patrimônio ajudará a estabelecer seus objetivos ao investir.

Ativo - É o conjunto de bens, valores e créditos que formam o patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa. É tudo que você possui e que pode ser convertido em dinheiro.

Passivo - É o total das dívidas e obrigações de uma empresa ou de uma pessoa.

Quando analisamos nosso patrimônio, algumas dúvidas acabam surgindo. Veja a seguir alguns exemplos:

Você considera seu apartamento um ativo?

Sim, um apartamento é um ativo. Ele representa um investimento de seu proprietário. Entretanto, um imóvel é um ativo de baixa liquidez. Isso significa que para converter seu valor novamente em dinheiro é necessário um prazo maior de tempo. Se você decide vender seu apartamento, deve contar com algum tempo para conseguir um comprador disposto a pagar o valor que deseja.

O que confunde as pessoas é o fato de que a manutenção de um imóvel sempre traz despesas como condomínio, impostos (IPTU), limpeza etc. Estes gastos são perfeitamente normais para manter o valor de seu investimento.

E seu carro, você o considera uma reserva financeira?

Sim. Entretanto, um carro é um ativo de média liquidez. Afinal, comparado com a venda de um imóvel, você deverá levar menos tempo para conseguir um comprador que aceite o valor que deseja receber, mas mesmo assim poderá levar alguns dias ou semanas.

Assim como um apartamento, ter um carro significa arcar com algumas despesas na forma de impostos (IPVA), manutenção, limpeza etc. Além de gerar despesas, o carro é um bem durável, cujo valor sofre redução gradual ao longo do tempo, ou seja, a taxa de depreciação é elevada.

É importante observar principalmente se a valorização de todos os seus ativos está acima das taxas de inflação, um dos principais agentes de corrosão de seu patrimônio.


Primeiros passos

Poucos brasileiros têm o hábito de colocar no papel suas receitas e despesas. Organizar as contas significa ter real dimensão de sua saúde financeira. Feito isso, você pode ter uma agradável surpresa, e descobrir que tem mais dinheiro do que pensa, ou tomar um baita susto com o tamanho da sua dívida.

Sem um planejamento realista fica difícil reservar algo para investir. Portanto, você deve aprender a organizar sua vida financeira, para descobrir como transformar os sonhos de hoje em uma realidade futura.

Quantas vezes você já teve a sensação de que seu dinheiro simplesmente evaporou? Aquela nota de R$ 50,00 some de sua carteira e você nem lembra como gastou. A sua previsão, feita no início do mês, de que teria dinheiro sobrando quando terminasse de pagar as contas quase sempre se transforma numa peça de ficção.

Estes são alguns sintomas da falta de planejamento financeiro. Sem planejamento, não há como realizar seus sonhos.


Como montar um orçamento pessoal adequado

  • Identifique onde vai parar seu salário todo o mês. Para isso, faça uma lista com todas as suas despesas, das maiores até as mais corriqueiras;
  • Faça uma fotografia detalhada de todas as suas receitas, despesas, dívidas e seus investimentos;
  • Junte a família e juntos avaliem os gastos. É fundamental que toda a família participe dos seus planos financeiros. Desta forma, todos ficarão comprometidos com um mesmo objetivo;
  • Faça um orçamento. Ele deve ser simples, incluindo suas receitas e todas suas despesas. Um orçamento lhe dará exata dimensão de quanto ganha, e principalmente quanto precisa para realizar seus sonhos.

Agora você tem um panorama perfeito sobre sua vida financeira. O próximo passo é escolher o caminho de seus investimentos.


Economizar x investir

Para construir um patrimônio você precisará economizar parte de sua renda. Mas não só isso. Tão importante quanto economizar é investir seu dinheiro. Caso contrário, seu esforço de economia não ajudará muito.

A primeira razão é o poder devastador da inflação no longo prazo. Suas economias precisam então estar investidas para, pelo menos, manter seu poder de compra ao longo dos anos.

A segunda razão é que investimentos bem sucedidos acrescentam mais dinheiro as suas economias. Assim, seu esforço em economizar poderá ser menor, pois as taxas de juro e ganho de capital ao longo do tempo fazem o restante do trabalho.


Riscos que podem destruir seu patrimônio

Aplicações financeiras erradas: Trocar de aplicações apenas com base em dicas e sem planejamento é um risco. Estudos acadêmicos sugerem que mais de 90% da rentabilidade de uma carteira é estabelecida pela forma como o dinheiro está alocado nos diversos mercados.

Negócios mal sucedidos: Investimentos num novo negócio nem sempre são pertinentes. Você precisa saber quanto do seu patrimônio poderá ser direcionado para este novo empreendimento e qual a taxa de retorno esperada. O ideal é ter especialistas capazes de avaliar a viabilidade deste novo negócio.

Crises Financeiras: A história está cheia de exemplos de fortunas que foram destruídas por crises financeiras. Movimentos especulativos fortes dominam a inteligência e o autocontrole dos indivíduos e, em geral, acabam em desastres financeiros. Governantes que gastam mais do que arrecadam também costumam empurrar seus países para crises de grande magnitude.

Inflação: Não despreze o efeito da inflação no longo prazo. Mesmo em economias com estabilidade monetária, ou seja, taxas de inflação muito baixas, o efeito é devastador no longo prazo se você não tiver a proteção adequada.

Herança: Ainda há muitos casos de milionários brasileiros que morrem sem deixar qualquer orientação sobe a partilha de seus bens. Em geral este é um estopim para a decadência do patrimônio familiar, seja por brigas entre parentes ou por erros administrativos.

Problemas societários: Podem ter diversos catalisadores, mas em geral ocorrem quando o controlador ou um dos seus sócios morrem.

Divórcio: O impacto financeiro do divórcio é sempre relevante. O ganho de escala que você consegue com o casamento, duas rendas para financiar a despesa de uma só casa, por exemplo, acaba com o divórcio.


Evolução do patrimônio

Acompanhar a evolução de seu patrimônio não é só contabilizar os ganhos que você vem acumulando ao longo dos anos. É necessário também que você esteja atento a possíveis riscos e necessidades que enfrentará no futuro.

O planejamento patrimonial é uma resposta para lidar com suas preocupações em relação à evolução do seu patrimônio e sua correta defesa. Engloba não apenas aplicações financeiras, mas também investimentos imobiliários e outros tipos de investimentos, como participação numa confortável poupança para enfrentar todos os possíveis riscos para o seu patrimônio.


Ciclo de vida

Um patrimônio é tão difícil de preservar quanto de criá-lo. Para construir um patrimônio são necessários anos de trabalho, investimentos bem sucedidos, a administração correta de uma carreira, de uma empresa ou ambos.

No entanto, problemas societários, familiares, de sucessão, impostos, investimentos mal sucedidos, são exemplos de agentes de destruição de qualquer patrimônio que podem levar alguns anos ou apenas meses dada a natureza do evento.

Além disso, em cada fase de sua vida há riscos e demandas que devem ser muito bem avaliados para não comprometer a solidez de seu patrimônio. Só com o planejamento financeiro você conseguirá se preparar e se proteger para enfrentar as diferentes situações ao longo de sua vida.

Os investimentos que você possui em empresas e os que pretende fazer devem ser devidamente analisados para que você saiba se agregam valor ou se estão corroendo seu patrimônio.

Com um planejamento financeiro e patrimonial você saberá a hora de vender sua empresa ou de comprar novas empresas.

Por fim...

Deixar um belo patrimônio de herança pode não ser o caminho mais seguro para garantir o futuro de sua família, se os herdeiros não tiverem responsabilidade no manuseio do patrimônio poderão gastar todos os recursos em tempo recorde. Em geral, os principais problemas que aparecem na hora em que uma família precisa administrar sua herança, estão relacionados a ausência de planejamento que garante que a distribuição do patrimônio aos beneficiários seja efetuada de forma rápida e objetiva. Do contrário, indefinições no controle ou na gestão de bens acarretam riscos à sua integridade.

O impacto financeiro do divórcio poderá assumir proporções que você sequer imagina se você não contar com estruturas específicas para proteger seu patrimônio.

Cuidado com os imóveis com baixa geração de renda.