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2 de abril de 2015

E se você vivesse por 100 anos?

Você já parou para pensar que essa indagação pode estar muito mais próxima da realidade do que você pode supor? Talvez demore algumas décadas (ou muitas) para que você chegue a essa idade ou mesmo próximo à ela. Mesmo que não chegue aos 3 dígitos, é bem provável que chegue nos 8 ponto alguma coisa, 9 ponto alguma coisa (haja potência!). Para se ter ideia do cenário no Brasil: segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, existiam 3.906 centenários, em 1982; 7.325, em 1992; 9.140 em 2002; e (mais recentemente) 32.134 centenários em 2013 – a quantidade mais que TRIPLICOU em apenas UMA década.


Duvida que você pode chegar nessa idade? Eu não. Lógico que podem acontecer dezenas de coisas ao longo do caminho que podem te impossibilitar alcançar essa admirável idade: você pode morrer em um acidente, ter uma doença, sofrer um atentado contra sua vida – não vou ficar enumerando possibilidades macabras, mas podem acontecer, já que estamos de falando de futuro, lidando com o fator imprevisibilidade. Mas e se nada disso acontecer? E se você chegar lá, como será a sua vida? Como estarão as suas finanças?

Quando as pessoas pensam em aposentadoria têm em mente alguns estereótipos: momento de “pendurar a chuteira”; provável fase do tédio; sem energia e disposição por estar aposentado e coisas que relacionam velhice à total perda de produtividade e importância. Acredite, as coisas podem ser bem diferentes: pode ser que nesse momento, apesar de talvez não ter o mesmo super vigor físico da fase dos 2.0 ou 3.0, você descubra ou desenvolva novas habilidades. Tem pessoas que expressam seus dons artísticos quando chegam à melhor idade: descobrem a pintura, a música, a dança, as artes. Tem pessoas que continuam se dedicando à sua missão de vida: o trabalho nunca foi trabalho – continuam a se dedicar às suas atividades profissionais, pois é ali que se sentem realizadas, contribuindo para o mundo. A forma de usar esse novo tempo é escolhida usando a criatividade e explorando ainda mais seus dons, desde que a pessoa não desista da vida.

Mas e as finanças? Será que isso pesa em idades avançadas? Sim, pesa. E muito. Em países onde o idoso tem melhores condições que aqui no Brasil (leia-se países da Europa) a condição financeira é importante até certo ponto. Quando as condições necessárias são atendidas (cuidados, acompanhamento, médicos e tratamentos prontamente disponíveis) o que incomoda são os problemas de saúde que tendem a ser inevitáveis: o problema cardíaco que traz desconforto, a dor nas articulações, cansaço, e vários outros problemas decorrentes da idade. Porém, aqui no Brasil, apesar de uma quantidade já expressiva e com tendência a crescer bastante nas próximas décadas, o fator financeiro tem um peso ainda mais significativo. Educação financeira ainda é assunto para poucos – não porque não existe acesso, mas ainda temos muito a evoluir em termos de consciência, em termos de aprender a cuidar bem do dinheiro. Muitos adultos ainda não sabem lidar com as próprias finanças, pois esse é um assunto que não veio de berço. Mas isso, de forma alguma, é justificativa para deixar essa ponta solta.

Há décadas atrás, talvez na época de nossos avós, era muito comum encontrarmos famílias grandes com 5, 6 filhos ou mais. O peso para sustentar o vovô e a vovó era menor. Hoje a situação mudou: atualmente a taxa de natalidade está próxima de 2 herdeiros, fazendo com que o peso desses custos aumente bastante. Contar com os filhos pode não ser a melhor opção. De acordo com as estatísticas das operadoras de planos de saúde, após os 59 anos os custos com saúde são cerca de 6 vezes maiores que a primeira faixa de atuação (de 0 a 18 anos). Até para essas empresas o modelo terá que ser diferente (e, acredite: essas empresas já estão atentas à essa tendência).

Então, o que fazer? Mamãe sempre diz que “prevenir é melhor que remediar” – num cenário ruim, o remédio no futuro pode ser pouco efetivo. Qual é a prevenção? O primeiro passo fundamental é cuidar melhor de você mesmo, procurar ter melhor saúde. No acúmulo, ao longo de décadas de cuidados com a sua própria saúde, você tende a depender menos de medicamentos, a contrair menos doenças. Estou falando de se alimentar direito, deixar de comer certas coisas que, apesar de muito gostosas, nos fazem mais mal que bem; se exercitar todos os dias (essa coisa de “regularmente” não costuma funcionar: a prática de exercício físico tem que se tornar hábito diário, seu corpo tem que “pedir” para se mexer); cuidar das emoções; alimentar a mente (ler, aprender coisas novas – quem sabe um novo idioma? –, viajar). 

Tomadas as devidas precauções com os cuidados com a saúde, vem o cuidado com a saúde financeira. Sim, a fórmula é a mesma de sempre: gastar menos do que se recebe e investir BEM a diferença. Você deve controlar o seu dinheiro para poder gerenciá-lo adequadamente. Quanto mais tempo você tiver para realizar esse investimento de longuíssimo prazo, melhor. Mas não desanime e nem “chute o balde” se você já é um adulto maduro (40, 50 anos mais ou menos): sempre é tempo de fazer a coisa certa. Tem muito chão para percorrer e pode, sim, viver uma melhor idade. No meio do caminho também é essencial contratar um bom plano de saúde. E bons planos de saúde custam (um bom) dinheiro.

Quanto de dinheiro você vai precisar? Isso é assunto para outro artigo, mas considere que seus gastos mensais serão na casa de 70% a 80% do que consome em sua vida ativa – e, dependendo do seu padrão de vida, a aposentadoria da Previdência Social pode ser insuficiente (não dependa do Governo, por favor!). Detalharemos isso melhor no futuro.

Grande abraço e não se esqueça: cuide bem de você e de seu futuro!