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17 de fevereiro de 2015

Um aviso (quase) inconsciente

Não, esse não é um post sobre finanças pessoais ou investimentos. É um post sobre um furto.

Além de desenvolver meu trabalho como educador financeiro e consultor em finanças pessoais, também desenvolvo um negócio de mentoria em marketing multinível em uma empresa da indústria do bem estar que, dentre várias atividades, uma delas tem a ver com a distribuição dos produtos de nutrição.

Carnaval, folia e... negócios, claro! Ontem no início da noite fui encontrar um amigo e mentorado para entregar alguns produtos que ele havia me pedido e acabei também ficando algumas horas em sua companhia e de outro amigo. Aqui em BH está chovendo nesses dias de Carnaval: hora chove, hora estia; ontem caiu um dilúvio enquanto me encaminhava ao encontro desse amigo. Para minha sorte nada de chuva forte quando tive de andar até o local de encontro. Nos encontramos, depois decidimos comprar capas de chuva (apesar de estar com guarda-chuva estava de mochila com um de meus livros –Subliminar, de Leonard Mlodinow–); cheguei até comentar que a capa era uma proteção contra furtos, já que cobria o corpo todo e dava mais segurança devido à inacessibilidade aos bolsos da calça. Andamos, conversamos, e, mais tarde decidi ir embora. Já era tarde, 23:00 mais ou menos.

Não fui de carro à Savassi; imaginei que estava muito cheio e seria difícil estacionar. E assim estava. Então fui e voltei de ônibus. Estava cansado e com muito sono. Meu celular tem vários alarmes: muitos deles para avisar sobre quando medir minha glicemia por conta da diabetes e outros para acordar, tomar insulina e dormir (sim, uso alarme para dormir senão fico trabalhando ou mesmo navegando na internet até de madrugada, o que acaba atrapalhando). Bom... ele despertou às 23:30. Tirei da mochila, desliguei o alarme e coloquei-o novamente no bolso da mochila, com zíper. Pensei assim: “ah... se me roubarem esse celular tanto faz... ele não vale nem R$ 100,00 mesmo”. Pensamento estranho, né?! Afinal, estava indo para casa e já estava dentro do ônibus. Algum tempo depois um rapaz (só lembro que ele estava com blusa azul) sentou ao meu lado; conversava com as pessoas atrás de mim – parece que eles se conheciam. Não dei ideia; nem sei onde ele desceu, na verdade. Bom, algo corriqueiro, comum.

Desci do ônibus e estava com muita, mas muita fome. Porém, antes de descer eu observei que tinha um rapaz vestido de preto sentado atrás de mim e que me olhava com atenção. Achei estranho, mas ignorei: a minha fome era maior – estava com princípio de hipoglicemia (fique sem comer muitas horas... a fome de leão que você vai sentir, junto com uma tremedeira e tontura pode ser caracterizada como uma hipoglicemia que, no caso de uma pessoa diabética, tende a ficar ainda mais forte). Rapidamente cheguei em casa e comi. Depois que a sensação passou, fui tirar as coisas da minha mochila: livro, caderno e... cadê o celular? Olhei com calma, tirei TUDO da mochila e nada. Poxa... perdi o celular! Mas pera aí: eu desliguei o alarme e o coloquei de volta DENTRO da mochila. Peguei o celular de minha mãe e comecei a ligar para meu número: número ocupado. Liguei várias vezes até que em algum momento alguém atendeu: parecia que a pessoa estava andando (meu pai escutou a ligação, pois tinha deixado no viva-voz). Liguei várias vezes e só chamava, até que hoje de manhã, tentando ligar novamente (vai que o celular de alguma forma caiu, alguém pegou e poderia devolver!?) o celular dava como desligado. Bom, paciência...

Não estou acusando ninguém, mas PROVAVELMENTE um “mão leve” me furtou! Pode ter sido o rapaz de azul ou o rapaz de preto ou outro qualquer – na verdade, tanto faz. Tomei as providências necessárias: entrei no site da operadora, acessei minhas informações e bloqueei meu chip (agora só tenho que ir à uma loja da operadora, pagar por um novo chip e resgatar meu número) e bloqueei o código IMEI (espécie de “chassi” do celular). Já encomendei outro aparelho e nos próximos dias deve chegar. Bom, infelizmente entrei para a estatística: só no mês de janeiro desse ano (2015) tem contabilizado na CEMI (Cadastro de Estações Móveis Impedidas) uma quantidade de mais de 5 milhões de aparelhos bloqueados por furto ou roubo – muita coisa, infelizmente.

Mas porquê desse relato pessoal? Seguinte: meu inconsciente tinha me avisado da GRANDE possibilidade de ocorrer o evento. Relembrando: “ah... se me roubarem esse celular tanto faz... ele não vale nem R$ 100,00 mesmo”. É IMPRESSIONANTE como a nossa intrincada maquinaria chamada cérebro que tem milhares de segredos não-revelados, mostrou o que poderia acontecer naquela viagem. Não sei quem foi e muito menos como foi, mas fui avisado. "Ah... mas é muito preconceito dizer que posso julgar os outros pela cara". Não é bem assim. Nesse mesmo livro que estava carregando –Subliminar– o autor descreve em um de seus capítulos EXATAMENTE isso que acabei de expor: por algum motivo que atualmente está um pouco além de nossa compreensão racional, conseguimos “sentir”... melhor dizendo: perceber o que pode acontecer e quem pode ter sido o autor da ação. Ele descreve isso com o exemplo de um filósofo e cientista estadunidense do final do século XIX, Charles Sanders Pierce: em uma viagem de barco a vapor de Boston à Nova Iorque, Pierce teve seu relógio furtado. Notificou o furto e insistiu que toda a tripulação se apresentasse no convés do barco. Caminhou em círculos por alguns minutos e não demorou a apontar um culpado. "Sem sombra de dúvidas eu sabia que era ele", descreveu. O tripulante, óbvio, negou e ficou por isso mesmo. Mas não para Pierce. Assim que saltou do navio contratou um detetive para investigar o caso. No dia seguinte, o detetive encontrou o relógio numa casa de penhores. Eles foram até o dono da casa e pediram para que descrevessem as características do homem que tinha empenhado o relógio: as características eram IDÊNTICAS ao homem que Pierce acusara.

Coisa de louco. E ponto para meu inconsciente! Ele tentou avisar, mas um não dei ouvidos.

Se quiserem descobrir mais detalhes sobre o que acontece na nossa mente de forma inconsciente leiam o livro que destaquei. É bem interessante, traz informações de como nossa mente funciona sem que percebamos.


Já aconteceu algo do tipo com você?