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21 de outubro de 2013

Que comecem os experimentos sobre o autocontrole!

Artigo originalmente postado em Gestor FP.

O assunto é longo, técnico, mas muito interessante para sabermos como nosso autocontrole funciona, visto que ele é uma das principais fontes de reclamação da maioria das pessoas: “eu não consigo controlar minhas finanças; passo em um shopping e acabo tendo que sair com alguma coisinha” – dentre várias outras falas que vocês mesmos podem citar. Pois bem, estratégias existem. Meios para se conseguir alcançar seus objetivos também estão aí, disponíveis. Às vezes o que falta é a informação necessária para aplicar tais estratégias. Vamos aos experimentos da Teoria do Controle Contra Ativo para procurarmos compreender como aplicar tais informações em nosso dia-a-dia.


Primeiro experimento: o fator punição

O primeiro experimento investigou como o desconforto associado com um teste de glicose afeta a disposição das pessoas que estão motivadas a pagar uma “multa” por uma possível falha no teste.

Basicamente, o experimento consistia de duas situações: um grupo de participantes teria que se abster do consumo de glicose por um curto período de tempo (6 horas) e outro grupo teria que se abster por um período maior (3 dias). Após a aceitação do teste, os participantes disseram ao examinador o quanto estariam dispostos a pagar caso não mantivessem essa abstinência (penalidade auto imposta). Concomitantemente, o experimento comparou as escolhas de um grupo de participantes que determinaria o próprio nível de penalidade com outro grupo que determinaria a penalidade para outras pessoas.

O resultado, graficamente, foi o seguinte:


Esses resultados forneceram um suporte inicial à teoria do CCT relacionado a um desconforto temporário de um teste com penalidades auto impostas, caso o mesmo não fosse cumprido. É interessante observar que o grupo que determinou a penalidade para outras pessoas admitiu uma multa mais baixa quando a desistência se tratava da situação em que o tempo de abstinência é maior (3 dias), sendo que o grupo que determinou o valor para ser multado (“multa” auto imposta) mostrou um padrão inverso. Aparentemente, esses participantes usaram a penalidade monetária como uma estratégia de autocontrole. Apesar da tentação provocada longa abstinência de açúcar ser forte – porém resistível – os participantes do primeiro grupo se auto impuseram multas maiores caso falhassem.

Observando apenas o lado econômico do experimento, esse deveria ter conduzido os participantes envolvidos para se imporem uma pequena penalidade quando um longo período de abstinência é necessário, porque, em si, um longo período de abstinência faz com que o fracasso e a “multa” se tornem bastante prováveis. A constatação de que as penalidades auto impostas eram positivas ao invés de negativas relacionadas com a duração do período de abstinência sugere que os participantes usaram as penalidades para garantir que a abstinência não os impedissem de alcançar seu objetivo a respeito de seus hábitos alimentares.

Se observarmos pela ótica das finanças pessoais, podemos levantar algumas situações das quais nos deparamos. Pensemos no exemplo de um financiamento: imagine que você deseja comprar um computador. Hoje você tem o seu equipamento, funcionando bem, te atende bem, mas está chegando o momento de fazer upgrade para ter acesso a outros tipos de funcionalidades e inovações que facilitariam sua vida e seu trabalho. Mas toda troca, toda compra, tem um custo. Digamos que esse equipamento custasse à vista R$ 5.000,00 – uma máquina poderosa! Você, como disse, não tem necessidade de ter o equipamento agora. Diante disso, você decide optar por se esforçar e poupar o dinheiro para comprar o computador à vista – nesse caso, o desafio está em resistir à tentação de ter o bem agora para não incorrer em “multas” que seriam os juros de um financiamento.

Extrapolemos um pouco mais. Duas situações: uma você tem reservas financeiras emergenciais e outra situação em que esses recursos não existem. Se você precisar do dinheiro para um imprevisto que justifique o resgate (questões sérias de saúde, por exemplo) você pode repor suas reservas aplicando uma taxa, um “juros”, ao recompor a reserva. Agora lanço uma pergunta: qual seria o tamanho desse “juro”? Provavelmente você seria generoso e cobraria 0,5% a.m. de você mesmo – afinal, o dinheiro vai ser pra você mesmo, certo? Só que vamos contrapor com a segunda situação: você não tem reservas, aconteceu o imprevisto sério e você precisa de dinheiro. Decide procurar ajuda com empréstimos bancários. Provavelmente o banco não será tão generoso com você e cobrará juros maiores (há casos e casos, eu sei. Mas é só para elucidar a diferença de visão desse experimento relacionando às finanças pessoais). Muitos outros exemplos podem ser lembrados e discutidos. Mas, por enquanto paremos por aqui.

No próximo post, falaremos sobre o segundo experimento que, ao invés de punição, trata de recompensa.

Até!

14 de outubro de 2013

Tornando seus objetivos em metas (parte 3)

Chegamos ao último post para fazer com que seus objetivos saiam do plano das ideias, cheguem ao papel e, definitivamente, manifestem-se no mundo real através das ações.

Nesse post, falaremos sobre os últimos dois passos para tornar seus objetivos reais: a ideia de linha do tempo e sobre manter-se na estrada.

Antes de começar, quero me solidarizar com você e dizer que compreendo que definir objetivos, esmiuçar cada passa, cada meta, dá um trabalhão! Eu mesmo fiquei quase 3 dias (cerca de 30 horas) para passar e repassar meus objetivos e metas, definir, detalhar o que tinha de fazer – e sei que ainda podem ser ainda mais detalhados. Porém, como existem as etapas de Avaliar (Evaluate) e Reavaliar (Reevaluate), preferi trabalhar mais nisso daqui algum tempo – daqui algumas poucas semanas ou alguns pouquíssimos meses. Porém, mesmo que eu não consiga ver todos os degraus que levam até meu objetivo, permaneço em contato com todos eles – desenvolvi uma animação em PREZI que reúne todos eles, facilitando meu acompanhamento geral – você pode fazer isso, se quiser, numa apresentação em seu computador, ou mesmo em PREZI, em PowerPoint ou pegar uma cartolina e montar o seu “mural de objetivos e metas”. Tanto faz: desde que você veja regularmente pra não se perder.

Mas vamos lá! Vamos para o próximo passo. (Se você ainda não viu acesse aqui o primeiro post e aqui o segundo post)


Passo 5: Linha do Tempo


Digamos que em suas promessas de Ano Novo você tenha decidido pensar sobre o que realmente quer fazer com sua vida.

Depois de refletir, você chega à conclusão que, pelo menos por enquanto, as metas de sua vida são as seguintes:

  • Carreira – “Ser Analista Judiciário do Tribunal de Justiça”.
  • Lazer – “Viajar para Paris, França”
  • Saúde – “Correr 10km por dia”.


Depois de definir os objetivos de sua vida, deve-se quebrar cada um deles em metas, mais palpáveis e factíveis. Como você poderia fazer isso? Vamos exemplificar:


E, dessa forma, você vai detalhando cada degrau, cada passo, cada meta e vai cumprindo cada etapa, não esquecendo de se recompensar quando cumpri-las, partindo depois para a seguinte. É claro que esse exemplo é bastante simplificado e que cada meta é e deve ser muito mais detalhada (se seguir a técnica S.M.A.R.T.E.R. terá muitos detalhes de prazo, importância, execução, etc). Porém, consegue-se ter uma ideia clara do que fazer ao longo de todo caminho a ser percorrido. Vale lembrar: nas revisões, devido às experiências e acontecimentos que surgem ao longo do caminho, pode ser que algum objetivo se cumpra mais rapidamente ou precise de um pouco mais de tempo. Por isso que avaliar e reavaliar (Evaluate e Reevaluate) são passos tão fundamentais quanto a definição de suas metas e objetivos.

A partir deste exemplo, podemos observar que quebrar objetivos grandes em pedaços menores, as metas, faz com que consigamos gerenciar melhor o resultado e fica muito mais fácil visualizar o objetivo final cumprido. Se a meta ainda for grande, quebre-a em pedaços ainda menores até que você consiga enxergar que seja possível realiza-la.

O planejamento dá trabalho, mas todo trabalho bem feito proporciona uma recompensa ainda maior: a realização!


Passo 6: Mantenha-se na estrada


Assim que tiver decidido o seu primeiro conjunto de metas, mantenha o processo em andamento, revendo e atualizando sua listagem periodicamente.

Reveja também periodicamente os planos de longo prazo e os adéque para refletir sua mudança de prioridades e experiências. Uma boa maneira de fazer isto é agendar revisões regulares como uma planilha em um computador (rever os planos a cada três meses é o suficiente).

Por exemplo, em vez de ter como objetivo “Navegar ao redor do mundo”, é mais poderoso dizer “Ter completado minha viagem ao redor do mundo até 31 de dezembro de 2015”. Claro que isso só será possível se muitos detalhes (as metas) forem concluídos com antecedência!

Quero atentar aqui para alguns detalhes importantes. Não acredite em conto de fadas nem veja sua vida como um filme Hollywoodiano: se o fizer, vai se frustrar! Como assim? Como muito bem colocado em um texto do site Mude.nu “Como os filmes de superação nos enganam na parte mais difícil”, o roteiro de um filme de superação divide-se, basicamente, em três partes:


  • A dificuldade é detalhadamente apresentada
  • O protagonista decide vencer a dificuldade e treina duro para isso
  • O protagonista vence a barreira e triunfa na vida


A primeira parte toma grande parte do filme; a terceira parte é o “grand finale”. E a segunda parte passa assim:



Com um “fast forward” (avançar rápido) cria-se a falsa impressão de que em dois minutos a fase do treinamento, da persistência, da disciplina é rápida, desde que nós aceitemos em cumpri-lo – por uma semana. Ledo engano. Filmes têm seu aspecto fantasioso, têm que contar uma história, inspirar, comover e vender! Mas no mundo real, você vai deparar com uma longa segunda parte do filme da vida. E se seu objetivo for importante, valer a pena, mesmo que demore, mesmo que você tenha que dar “sangue, suor e lágrimas” para alcança-lo, quando chegar lá, tenha certeza, todo esforço terá valido a pena – cada fração de energia gasta para alcançar seu objetivo. Daí reforço a importância de definir BEM o que se deseja e de vez em quando verificar sua rota, revisando todo seu plano, se necessário.

Tenha CERTEZA que aquela vozinha negativa virá e falará um monte na sua cabeça “Você não pode”. Ignore-a. Ignore e concentre na execução e conclusão da tarefa. Quando terminar, volte àquele seu ‘eu-negativo’ e diga: “Sim, eu posso. Tanto que eu fiz”. Você não imagina o quanto isso é prazeroso. Experimente e comprove!

Como disse no post anterior, caso não entenda alguma coisa, deixe seu comentário abaixo ou entre em contato comigo. Na medida do possível vou procurar te ajudar, esclarecendo aquilo que ainda pode ter ficado nebuloso. Talvez você precise de uma segunda opinião. Se quiser, estou à disposição para ajudar!

Então, diante desse tanto de informação, só posso desejar que você tenha uma excelente reflexão, que consiga esmiuçar seus objetivos e metas e, principalmente: realiza-los, gerando resultado no mundo real.

Grande abraço e até!

7 de outubro de 2013

Tornando seus objetivos em metas (parte 2)

No último post começamos a conversar sobre como definir objetivos, o porquê de defini-los, as grandes áreas que temos que refletir para entendermos melhor quais são nossas prioridades para os próximos anos (Passo1) e também mostrei uma forma de priorizar (Passo 2), já que o poder de realização está no foco.

Você conseguiu definir seus "objetivos-mor"? Como foi sua experiência com a definição das prioridades? Quais áreas se mostraram mais importantes em suas vidas, nesse momento? Se ainda não realizou os passos 1 e 2 esse post talvez fique um pouco "solto". Recomendo que o faça e, se quiser, compartilhe conosco lá nos comentários! (Se tiver dúvidas de como fazer, inclusive, posso tentar te ajudar na medida do possível, ok?!)

Bom, vamos lá!

Nesse post, como prometido, vou mostrar os dois passos seguintes: o que é e como aplicar a técnica S.M.A.R.T.E.R. e como que definimos metas menores. Vamos por partes.


Passo 3: usando a técnica S.M.A.R.T.E.R. para estabelecer os objetivos e metas de forma mais inteligente


Smart é uma palavra em inglês que significa inteligente. O primeiro uso conhecido do termo aconteceu na edição de novembro de 1981 da Management Review por George T. Doran. S.M.A.R.T. é uma palavra usada como uma sigla de fácil memorização para os itens imprescindíveis na definição de objetivos. Cada letra tem um significado que determina o passo a passo da técnica:

  • Specific (Específico)
  • Measurable (Mensurável)
  • Attainable (Alcançável)
  • Relevant (Relevante)
  • Time-bound (definido no Tempo)


O conceito da técnica evoluiu e criou-se mais duas etapas, ficando a sigla S.M.A.R.T.E.R. (tradução livre: mais inteligente):

  • Evaluate (Avaliar)
  • Reevaluate (Reavaliar)


Digamos que você tenha como objetivo “construir uma casa”. Essa forma de definição de objetivos é muito genérica, muito “solta” e provavelmente não se realizará. A chance, inclusive, de você se frustrar é bem grande – basta lembrar das promessas de fim de ano: mal construídas, sem definições, sem sentimento de urgência, sem prazo, sem a devida importância, o devido envolvimento.

Mas, como já se pode imaginar, existe a técnica S.M.A.R.T.E.R. para nos ajudar a delinear os nossos objetivos em todos os detalhes. Vamos definir letra por letra, passo por passo, para que se clareie o método e a técnica.

Paul J. Meyer descreve as características dos objetivos S.M.A.R.T. em seu livro Attitude is Everything (2003):

Specific (Específico)

O primeiro critério realça a necessidade de um alvo específico, em vez de um objetivo genérico. Isso significa que o objetivo é claro e inequívoco; sem caprichos e banalidades: o objetivo é direto. Para construir objetivos específicos, é necessário descrever exatamente o que se espera, porque é importante, quem está envolvido, onde é que vai acontecer e quais atributos são importantes. “Conseguir um emprego” pode ser começar a trabalhar em qualquer coisa, mas "conseguir um cargo de gerente de projeto em uma multinacional ganhando pelo menos R$ 8.000,00 por mês" já mostra exatamente o que você pode estar buscando.

Um objetivo ESPECÍFICO responde às cinco perguntas "W", que vêm do inglês: What (o que), Why (por quê), Who (quem), Where (onde), Which (quais):

  • (what) O QUE: O que eu quero realizar?
  • (why) POR QUÊ: Quais são os motivos específicos, a finalidade ou benefícios de realizar o objetivo.
  • (who) QUEM: Quem está envolvido?
  • (where) ONDE: Identificar uma localização.
  • (which) QUAIS: Identificar os requisitos e restrições.


Measurable (Mensurável)

O segundo critério enfatiza a necessidade de critérios concretos para medir o progresso em direção à realização do objetivo. A ideia por trás disso é que, se o objetivo não é mensurável, não é possível determinar se está existindo progresso em direção a conclusão bem-sucedida daquilo que se deseja.

Medir o progresso é importante para te ajudar a continuar caminhando em direção àquilo que se deseja, atingir os seus prazos, e experimentar a alegria da conquista que o estimula a um esforço contínuo necessário para atingir o objetivo final. Digamos que seu objetivo é “ser feliz”. Como você sabe quando já é feliz? Quando alcançou o que você precisa? Por isso seu objetivo deve ter uma medida – assim você terá como comparar o desempenho tido com o esperado e também quando chegou lá.

Um objetivo MENSURÁVEL responde a perguntas como:

  • Quanto vai custar?
  • Quanto (de determinada coisa) vou precisar?
  • Como saberei quando ele é alcançado?



Attainable (Alcançável)

O terceiro critério reforça a importância de objetivos que sejam realistas e alcançáveis. Um objetivo alcançável te estimula a se esforçar a fim de alcançá-lo, portanto ele não deve ser nem tão fácil e nem tão difícil: um desafio mediano é suficiente. Ou seja, os objetivos não são nem fora do alcance nem abaixo do seu padrão de desempenho, senão correm o risco de perderem sentido.

Quando você identifica os objetivos que são mais importantes em sua vida, você começa a descobrir maneiras pelas quais pode torná-los realidade. Com isso desenvolverá atitudes, habilidades, competências e capacidade financeira necessárias para alcançá-los. Que fique claro: sonhar é preciso – mas esse não é o ponto. Realizar uma viagem para Vênus daqui a 2 anos pode não ser um bom exemplo de objetivo alcançável.

Um objetivo ALCANÇÁVEL responde à seguinte pergunta:

  • Como o objetivo pode ser cumprido?


Geralmente é nessa etapa da técnica S.M.A.R.T.E.R. é que você descobre que existem vários outros pequenos degraus, as metas, para alcançar seu objetivo. E com cada uma delas você deve aplicar a técnica descrita, chegando ao momento em que você tenha apenas “metas operacionais”. Vou detalhar isso mais adiante.

Relevant (Relevante)

O quarto critério salienta a importância da escolha de objetivos que tenham significado. O objetivo de um gerente de banco "Fazer 50 sanduíches de geleia e de manteiga de amendoim até às 14h" pode ser específico, mensurável, alcançável, e definido no tempo, mas não tem relevância alguma! Melhor traduzido: o objetivo tem que “fazer sentido”. Muitas vezes você vai precisar de apoio para realizar um objetivo: recursos, alguém que te estimule, alguém que derrube obstáculos. Objetivos que são relevantes para você e sua família, por exemplo, provavelmente receberão o apoio necessário para serem realizados.

Objetivos relevantes (quando conhecidos) te motivam a continuar, a seguir em frente. Um objetivo que apoia ou está alinhado a outros objetivos pode ser considerado como um objetivo relevante.

Um objetivo RELEVANTE pode responde SIM a estas perguntas:

  • Isto parece que vale a pena?
  • Este é o momento certo?
  • Será que esse objetivo vai/pode combinar com outros esforços/necessidades?
  • O objetivo é aplicável no atual ambiente sócio-econômico-técnico?
  • Uma pergunta extra que combina com primeiro passo da técnica S.M.A.R.T.E.R., Specific, e que pode, nesse momento, trazer um significado emocional é a seguinte: Por que essa meta é importante para você?


Time-bound (definido no Tempo)

O quinto critério enaltece a importância da definição dos objetivos dentro de um prazo determinado, dando-lhes uma data-alvo. Um compromisso com prazo definido te ajuda a concentrar seus esforços na conclusão da meta antes ou na data de vencimento.
Você já ouviu a história de que o noivado é para ganhar mais tempo para poder casar? Ou então o clássico “passa lá em casa qualquer dia!”. Objetivos sem prazo definido ficam perdidos no tempo, pois nosso cérebro não reconhece a urgência de uma atividade até saber quando ela deve ser completada.

Além disso, para saber se você está indo bem, precisa ter metas para seu objetivo principal que serão cumpridas em determinados prazos. Aprender um novo idioma, por exemplo, pode ser dividido em “procurar e escolher uma escola”, com o prazo de 1 mês; “assistir todas as aulas” com o prazo de 6 meses letivos; “começar a comprar revistas neste idioma” com prazo de 4 meses… e assim você cria “marcos” que vão permitir que você se auto avalie e analise seu progresso. A definição de prazos para o objetivo final com base nas pequenas metas faz com que o objetivo final se torne mais palpável.

Essa parte dos critérios da técnica S.M.A.R.T.E.R. se destina a impedir que seu objetivo seja atropelado pelo caos que existe no dia-a-dia; se destina a estabelecer um senso de urgência.

Um objetivo DEFINIDO NO TEMPO geralmente responde às seguintes perguntas:

  • Qual é a data-alvo, o prazo máximo?
  • O que posso fazer nos próximos seis meses?
  • O que posso fazer nas próximas seis semanas?
  • O que posso fazer hoje?


Evaluate (Avaliar) e Reevaluate (Reavaliar)

Os dois últimos critérios relacionam-se entre si e têm a função de assegurar que os objetivos serão periodicamente revisados (para avaliar, inclusive, sua evolução e até a necessidade de alguma correção de rumo ou mesmo se ainda o objetivo é válido) e garantir que eles não serão esquecidos.

Perguntas que se encaixam nessa etapa são as como se seguem:

  • De quanto em quanto tempo vou rever meus objetivos?
  • Estou caminhando na direção certa?
  • Estou conseguindo cumprir os prazos estabelecidos?
  • Minhas aspirações mudaram?
  • Posso melhorar alguma coisa no planejamento?


Logo abaixo segue uma animação em PREZI para que você possa sempre ter em mente, de uma maneira lúdica, a técnica S.M.A.R.T.E.R. e seus devidos questionamentos:





Passo 4: Defina metas menores


Depois de ter definido os seus objetivos de vida e de aprender como definir esmiuçadamente cada meta, cada objetivo, é hora de determinar um plano de metas menores para cada cinco anos, um plano que mostre o que você precisa concluir se quiser alcançar seu plano de vida. Dê atenção especial às áreas prioritárias, pois elas provavelmente ajudarão a desenvolver as que não pertencem ao foco principal.

Em seguida, crie um plano de um ano, um plano de seis meses e um plano de um mês de metas progressivamente menores (use a técnica S.M.A.R.T.E.R. para esmiuçar os detalhes de cada meta menor). Cada um destes planos deve ter como base o plano anterior, o plano maior. Uma sugestão interessante é criar um diário fazendo uma listagem de coisas que você deve fazer hoje para trabalhar para seus objetivos.

Foi dito na etapa do “Attainable” (alcançável, realizável) que muitas novas metas podem surgir, como de fato surgem após a pergunta “como eu posso alcançar isso?” Nesse momento você começa a estruturar sua estratégia, a enxergar os passos que devem ser dados para alcançar seu objetivo maior: é exatamente nesse ponto que você começa a determinar as suas metas menores, as metas operacionais -  as pequenas coisas que precisam ser feitas. É fundamental, reitero, estar sempre munido de um caderninho ou mesmo só papel e caneta para as anotações e inspirações, pois certamente você enxergará muitos passos – anote todos! Cada passo, cada etapa que você enxergar deve passar pela técnica S.M.A.R.T.E.R., pois assim conseguirá defini-lo de forma bastante clara.

No princípio, suas metas menores poderiam ser as de realizar a leitura de livros e reunir informações sobre a realização de seus objetivos de nível superior. Isso te ajudará a melhorar a qualidade das ideias e trazer para a realidade suas definições.

Finalmente reveja seus planos e se certifique de que eles se encaixam na maneira pela qual você quer viver sua vida.

Eu prometi que falaria de alguns de meus objetivos. Decidi selecionar o objetivo de SAÚDE para exemplificar. Você pode, se quiser, usar a estrutura circular como demonstrada na animação para facilitar o desenvolvimento da definição de suas metas. Fique à vontade.


Por enquanto é só. Agora você tem mais dever de casa.

Ah sim! Antes que me esqueça: não ache que conseguirá definir e estruturar todos os objetivos e esmiuçar todas as metas de uma só vez. Não que seja impossível, mas na medida em que você vai executando, você vai enxergando novas etapas a serem concluídas antes de alcançar seu objetivo final.

Como brinquei com meu amigo professor Elisson de Andrade (inclusive ele tem um blog de finanças pessoais bem bacana, clique aqui): mesmo quando estamos correndo temos que dar um passo depois do outro.


No próximo post falaremos sobre as duas últimas etapas para a transformação dos seus objetivos em metas: colocar todos seus objetivos numa linha do tempo (uma ideia de sequência de execução) e sobre a parte mais desafiadora do processo: manter-se na estrada.

Até lá!