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27 de agosto de 2012

Perspectivas: Passado <> Presente <> Futuro


Realizar um planejamento financeiro envolve a perspectiva “presente > futuro”. Fazemos nossas projeções de acordo com as informações que detemos hoje, de preferência sendo muito conservadores tendendo a ser até pessimistas: isso tudo para não elevar demais as expectativas e com isso diminuir as chances de “quebrar a cara”, caso as premissas não se confirmem. Além do mais, não sabemos dos dados e fatos futuros; temos que usar os atuais e fazer estimativas de evolução/involução ao longo do tempo futuro que desconhecemos.

Vamos mudar um pouco o foco: o que você mudaria se pudesse voltar ao passado, voltar 5 anos da data de hoje? Talvez você mudasse algumas coisas; talvez mudasse tudo e, consequentemente, a cadeia de acontecimentos posteriores seria completamente modificada; ou, talvez, não mudaria nada.

Porém, gostaria de te propor agora um exercício diferente. Em vez de olharmos da perspectiva “presente > passado”, observemos da perspectiva “futuro > presente”. Sim, é isso mesmo: suponha que você está no futuro (2017) e que esteja observando sua vida dos 5 anos anteriores. O que você gostaria de ter feito? O que gostaria de ter realizado? Com quem gostaria de estar agora? Quais decisões você gostaria de ter tomado, mas por medo, descuido, ou qualquer outra desculpa, não tomou? Qual o rumo você gostaria de ter dado à sua vida nesses cinco anos que agora observa? Eu sei que é mais fácil olhar para o passado real (perspectiva “presente > passado”); porém esse exercício de observar a perspectiva “futuro > presente” pode te gerar grandes benefícios.

Quais benefícios? Vou explicar. Há algumas semanas tive o privilégio de ler a obra de Viktor Frankl: “Em busca de sentido”. Inclusive recomendo que leiam, é simplesmente sensacional! Na terceira e última parte de seu livro (A Tese do Otimismo Trágico) o autor traz à tona o terceiro aspecto que ele intitulou da seguinte forma: fazer da transitoriedade da vida um incentivo para realizar ações responsáveis. Esse terceiro aspecto diz respeito à morte. Porém, ele também diz respeito à vida, pois a cada instante que a vida é feita está morrendo e, assim sendo, jamais voltará. E justamente essa transitoriedade (da vida para a morte) é que deve nos estimular a procurar sempre fazer o melhor uso possível de cada momento de nossas vidas. Daí faço questão de te lançar um imperativo de Viktor Frankl: “viva como se você estivesse vivendo pela segunda vez e como se estivesse agido tão erradamente na primeira vez como está por agir agora”. Lembre-se que no passado nada fica irremediavelmente perdido, pelo contrário: tudo fica irreversivelmente estocado e entesourado.

Você que ainda não colocou suas finanças em ordem, não sabe para onde o dinheiro está indo, ainda não declarou guerra para suas dívidas, não se protegeu e criou mecanismos de amparar sua família, não está realizando sonhos ou mesmo não está guardando dinheiro para pagar seu futuro, saiba que ainda não é tarde para tomar tais decisões. Eu sei que não dá para fazer tudo de uma só vez, seja por tempo, por falta de recursos e até mesmo porque certas decisões, depois de tomadas, dependem de outras pessoas e isso foge ao seu controle. Mas procure sistematizar: liste tudo o que precisa fazer e como vai fazer – a partir disso priorize, coloque uma previsão sequencial daquilo que tem que fazer. Além disso, durante o processo de execução desse plano de ação, é bem provável que tenha de fazer ajustes. Porém FAÇA! Aliás: FAÇA O MELHOR QUE PUDER!

Então, diante disso, deixo só mais uma pergunta (dentre tantas outras que você mesmo já deve ter criado): como você quer ver seu passado daqui a 5 anos?

13 de agosto de 2012

Você sabe o que é o come-cotas?


"Come-cotas" é o imposto cobrado no último dia útil dos meses de maio e novembro nos para os fundos de investimento sem prazo de carência, ou com prazo de carência superior a 90 dias. Simula-se o resgate do fundo para apurar o rendimento obtido no período. O imposto é pago na forma de diminuição da quantidade de cotas que o investidor tem aplicado no fundo. Ou seja, é como se houvesse um resgate com a intenção de se pagar o imposto de renda. Nesse caso o valor da cota não se altera, mas sim o número de cotas que o investidor possui. Por conta dessa diminuição no número de cotas, esse imposto acabou ficando conhecido como “come-cotas”.

A alíquota é de 20% sobre os rendimentos para os fundos de curto prazo e 15% para os fundos de longo prazo.

O recolhimento é feito pelo administrador do fundo.

Administrador do fundo é o responsável pela gerência dos títulos é também pelo cumprimento das operações, bem como a manutenção dos títulos.

6 de agosto de 2012

Imóveis: algumas reflexões sobre alugar ou financiar

Getty Images
Até hoje muitas pessoas me perguntam se vale a pena morar de aluguel ou se vale a pena fazer um financiamento imobiliário, daqueles que são divididos ao longo de 30 anos...

Tudo depende. Depende do seu momento de vida, da sua carreira profissional, da sua estrutura familiar, do seu patrimônio, das suas condições financeiras... enfim: DEPENDE!

De acordo com o IBGE, o comprometimento médio da renda do brasileiro com despesas ligadas à habitação fica em torno de 30% da renda mensal. Geralmente as pessoas estão muito ligadas à crenças antigas, que, infelizmente, são crenças limitadoras especialmente no aspecto financeiro. Uma delas é "quem casa quer casa". Pode até ser... mas isso tem que ser muito bem avaliado antes que uma decisão tão impactante (financiamento de longuíssimo prazo, por exemplo) seja tomada. Geralmente quem pensa assim são os jovens casais, influenciados pela sociedade e pelas pessoas de convívio íntimo: família.

Vale lembrar que, muitas vezes, tal situação ocorre enquanto o casal ainda está escalando na carreira, e, por isso mesmo, ainda têm rendimentos baixos em relação ao que potencialmente poderão ter dentro de alguns anos a mais de dedicação profissional. Veja que não estou condenando a opção de se financiar um imóvel dessa maneira. Apenas atento para o tipo de decisão que é tomada e seus impactos. Geralmente paga-se cerca de duas a três vezes o valor do imóvel durante esse período, mas esse é o preço da opção mais cômoda de quem não pode pagar à vista e não quer ficar preso ao aluguel.

Uma continha rápida: Imóvel de R$ 200.000,00 financiado a 10% a.a. (0,79% a.m.) durante 360 meses (30 anos) sai por parcelas no valor de R$ 1.691,79. O montante ao final desse período será de R$ 609.041,39 - um pouco mais de três vezes o valor do imóvel.

Penso que devemos pensar em decisões financeiras mais importantes antes de assumirmos um compromisso tão significativo:

  • a sua capacidade de poupança para aposentadoria será comprometida?
  • a sua capacidade de garantir verbas para quebrar a rotina, ter novas experiências ficará à salvo?
  • você continuará poupando para realizar sonhos? (não venha cm essa de que a casa é a realização de seu maior sonho...)
  • você continuará tendo capacidade de aproveitar oportunidades de risco para que você possa crescer na carreira ou crescer seu patrimônio? (mudança de emprego, de cidade, de país para aproveitar melhores condições de trabalho e desenvolvimento; investimento em outros produtos financeiros que demonstrem ser uma bela oportunidade de dar um upgrade no patrimônio; etc)

São perguntas que devem ser friamente respondidas, colocadas na ponta do lápis (ou caneta ou planilha ^.^) e mensuradas. E mais: revistas periodicamente.

Outra continha rápida: se, ao invés de pagar uma prestação de R$ 1.691,78, você resolvesse morar em um imóvel no valor de R$ 200.000,00 pagando aluguel no valor justo por volta de R$ 1.200,00 (ou seja, 0,6% do valor do imóvel), poupando a diferença (R$ 491,78) à taxa real de 0,5% a.m. durante os 30 anos, você acumularia R$ 494.002,06: dependendo do seu padrão e estilo de vida esse montante poderia significar sua independência financeira!  

Só para corroborar um pouco sobre o risco dos financiamentos imobiliários (reportagem do Portal InfoMoney): link


Resumindo: faça as contas, decida bem o que você quer e tenha bastante consciência das decisões que você toma em sua vida.

Realize sonhos, realize mais!