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30 de junho de 2010

A TEORIA DE DOW

A Teoria de Dow é uma teoria que aborda a movimentação dos preços de ações e fornece uma base técnica para sua análise.

Charles Henry Dow (um dos fundadores da editora financeira internacional Dow Jones & Company, junto com outros dois jornalistas: Edward Jones e Charles Bergstresser; daí o nome de um dos principais índices de ações dos EUA, o índice “Dow Jones Industrial Average” ou simplesmente “Dow-Jones”) formulou em 1884 esta teoria que é a base da Análise Técnica moderna, também é conhecida como chartismo.

Os pontos básicos da Teoria de Dow são:


* 1. Os índices descontam tudo. Todos os possíveis fatores que afetam a cotação dos preços dos ativos (ações) são descontados por esses índices que consideram todas as notícias, resultados contábeis e financeiros, acidentes e etc.

Os índices representam a ação conjunta de inúmeros investidores, desde os mais bem informados (que contam com as melhores informações e previsões) até os muito inexperientes. As variações diárias dos preços de um índice, portanto, já têm incluídas (descontadas) no seu valor os eventos que irão acontecer e que são desconhecidos pela maioria dos investidores.Dessa forma, todo o fator que afeta a relação de oferta/demanda está refletida no preço do mercado. Entretanto, existem os eventos que são imprevisíveis e que as pessoas não têm como saber, como calamidades naturais (tsunami, erupções vulcânicas, entre outros). Esses são os chamados "atos divinos", quando acontecem podem gerar fortes oscilações iniciais, mas acabam sendo absorvidos pelo mercado. Mas alguns podem pensar: “E as Torres Gêmeas (o World Trade Center)?”. Nesse caso, alguns poucos com certeza sabiam que aquela catástrofe ocorreria; então, não poderia ser classificado como um evento imprevisível.

Resumo do Princípio:

• Todo o fator que afeta a oferta x demanda está refletido no índice.

• O Índice já possui em seu valor (já descontou) eventos futuros que a imensa maioria não conhece.

• Acontecimentos completamente inesperados são rapidamente avaliados e seus possíveis efeitos absorvidos.


* 2. Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou de baixa. Por sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e terciárias, segundo sua duração.

O segundo princípio de Dow afirma que o mercado possui três tendências de movimento: primária, secundária e terciária.

A tendência primária é a tendência principal de um mercado. É um movimento longo que pode ser de alta ou de baixa e que leva a uma grande valorização ou desvalorização dos ativos. Não existem regras matemáticas exatas para definir o tempo de duração das tendências, entretanto, as tendências primárias duram aproximadamente de 1 a 2 anos. Na figura abaixo, as linhas verticais estão fazendo uma separação entre três tendências primárias no índice Bovespa.


Uma tendência primária não se movimenta em linha reta. Ao observarmos o mercado (como no gráfico acima) percebermos que o movimento acontece como um ziguezague. Em um mercado de alta, após um impulso para cima que forma um novo topo (mais alto que o anterior), temos uma correção que forma um novo fundo (também mais alto que o fundo anterior). Em uma tendência de baixa o oposto acontece, após uma queda que forma um fundo mais baixo, acontece uma reação que cria um topo mais baixo. O conjunto desses impulsos e correções dentro de uma tendência primária são as chamadas tendências secundárias. Uma tendência secundária dura de 3 semanas a alguns meses e pode corrigir até dois terços da tendência primária que ela faz parte.

As tendências terciárias fazem parte das secundárias. São movimentos menores de, em média, até 3 semanas. Elas se comportam em relação às tendências secundárias da mesma maneira que as secundárias em relação às primárias.

Quando estamos analisando o mercado é interessante classificar as tendências do movimento atual, assim, podemos avaliar melhor as ações a serem tomadas dentro de nossa estratégia operacional.

Resumo do Princípio:

• Tendência Primária: duração de 1 a 2 anos

• Tendência Secundária: 3 semanas a alguns meses

• Tendência Terciária: até 3 semanas


* 3. As Três Fases dos Movimentos

Dow fez uma série de observações sobre os movimentos de preços, tanto de alta como de baixa, caracterizando aspectos psicológicos marcantes de cada fase:

Fases do Mercado de Alta

• Fase 1, a Acumulação: No início da alta o mercado começa a ser propulsionado por investidores mais qualificados, que percebem logo que novos ventos estão soprando. Enquanto isso, a maioria ainda acredita que o pior ainda está por vir, o que permite aos investidores de elite comprarem papéis muito baratos. As notícias apresentadas pela mídia refletem as expectativas negativas da maioria.
• Fase 2, a Alta Sensível: A segunda parte é uma aceleração mais acentuada do movimento. A pressão compradora aumenta bastante.
• Fase 3, a Euforia: A terceira fase é marcada por grandes altas. Os participantes do mercado, de maneira geral, estão cada vez mais seguros de seus lucros e os investidores mais bem preparados começam a vender suas posições. A grande massa de investidores está em clima de euforia que se realimenta diariamente nos noticiários. Está aberta a possibilidade para a fase 1 do mercado de baixa.

Fases do Mercado de Baixa

• Fase 1, a Distribuição: Nesta fase os profissionais e investidores de elite vendem seus ativos, iniciando a retração.
• Fase 2, o Pânico: É uma etapa marcada por um grande nervosismo, os investidores percebem o equívoco e tentam se desfazer de suas posições.
• Fase 3, a Baixa Lenta: Com as grandes perdas e ativos muito desvalorizados a pressão vendedora se dissipa, oportunidades para uma nova alta começam a surgir.


* 4. Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os índices coincidam com a tendência.

O princípio da confirmação afirma que para uma reversão de tendência ou rompimento de nível de suporte/resistência serem válidos, o fato deve ocorrer em dois índices de composições distintas. Assim, um índice confirma o outro, demonstrando que não se trata de uma oscilação temporária do movimento.


Para ilustrar o princípio da confirmação suponha dois índices (A e B) de composições diferentes, mas que se comportam de maneira semelhante. O índice A, durante uma alta, vence a zona de pressão vendedora (a linha de resistência) e parece seguir com força em sua tendência. O índice B, entretanto, ao chegar pela primeira vez na linha de resistência não consegue o rompimento da mesma forma que A. Um investidor que analisa o mercado apenas a partir do ponto de vista do índice A pode concluir que existem boas oportunidade de compra logo após o rompimento. Contudo, o que acontece é uma retração, pois o mercado não estava tão forte como demonstrou a falha de rompimento por parte de B.

Essa é a essência do princípio da confirmação. Dois índices são usados para que um pronuncie uma "segunda opinião" sobre o outro, de modo a validar o que está acontecendo ou indicar uma armadilha. No caso brasileiro, esses dois índices poderiam ser, por exemplo, o índice Bovespa e o IBRX.


* 5. O volume deve confirmar a tendência. Se o mercado está em uma tendência de alta o volume aumentará, se em tendência de baixa o volume diminuirá.

Este princípio é bastante simples, na teoria de Dow o volume está relacionado com as tendências da seguinte maneira:

Tendência de Alta: Em uma tendência principal de alta é esperado que o volume aumente com a valorização dos ativos e diminua nas reações de desvalorização.

Tendência de Baixa: Em uma tendência principal de baixa é esperado que o volume aumente com a desvalorização dos ativos e diminua nas reações de valorização.


* 6. A tendência é vigente até que seja substituída por outra oposta. Até que os índices se confirmem, considera-se que a tendência antiga segue em vigor, apesar dos sinais aparentes de mudança. Este princípio procura evitar a prematura troca de posição (comprada ou vendida).

Embora pareça óbvio, este princípio é importante. O mercado não vai cair apenas porque atingiu um nível "alto demais" ou subir porque "já caiu demais". Uma das técnicas mais simples utilizadas é a identificação de falhas ao formar um topo mais alto (em uma tendência de alta) ou um fundo mais baixo (em uma tendência de baixa). O investidor deve possuir uma metodologia de identificação de pontos de entrada e saída; existem uma série de ferramentas de análise técnica que ajudam nessas decisões. Aqui entram ferramentas mais elaboradas da análise gráfica, tais como: padrões clássicos, candles, indicadores e muitas outras armas da escola gráfica.

15 de junho de 2010

Dicas de Economia

1) Crie um cenário de longo prazo e faça revisões periódicas. A única forma de ganhar dinheiro no mercado financeiro (como em qualquer outro) é ter uma opinião clara sobre o que está acontecendo. Sua convicção vale ouro, não deixe que outros façam isso para você.

2) Caso você tenha um perfil mais arrojado e faça Day-Trade, observe com atenção a Agenda Econômica da semana, em especial os indicadores norte-americanos. É naquele mercado onde se formam os preços em escala global.

3) Se é verdade que tempo é dinheiro, o melhor conselho é paciência e constância. O mercado tende a remunerar quem possui estas qualidades e do ponto de vista econômico o cenário longo é persistente e pode trazer ganhos.

4) As previsões econométricas possuem – geralmente – grande margem de erro. Não acredite que existam modelos matemáticos perfeitos, no geral os modelos só nos mostram o que nós colocamos dentro deles. Fique atento, as variáveis chaves podem mudar a qualquer instante.

5) No mais a maioria dos problemas econômicos de hoje foram as soluções econômicas de ontem. Não se iluda, o sistema econômico é por natureza instável.

6) Antes de comprar uma ação, pergunte: porque devo comprar esta e não outra? Você deve ter em mente o que o motivou a investir numa empresa que trabalha em dado mercado. Dessa forma poderá entender com maior clareza as oscilações nos preços e não se apavorar quando há alguma queda.

7) Não aposte no fim do mundo. Muita gente se desfez das suas posições na bolsa no auge da crise financeira porque acreditava, erroneamente, que as economias iriam derreter frente a crise sub-prime. Comportamentos desse tipo acontecem em pessoas que não possuem cenários de longo prazo, e que não sabem ao certo o porquê de estarem comprados em dado ativo.

8) Se não sabe de algo, pergunte. Ninguém tem obrigação de saber tudo, e neste caso, estamos falando do seu dinheiro. Logo, vá em frente e tire todas as suas dúvidas.

9) Não existem gênios, gurus ou coisa que o valha. O que existe no mercado financeiro é trabalho sério e duro. Cair no canto da sereia neste caso pode ser potencialmente perigoso.

10) Existem profissionais que podem auxiliar nesta tarefa. Procure uma corretora de títulos e valores mobiliários, veja se ela te traz confiabilidade e tire suas dúvidas.