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21 de fevereiro de 2011

O poder de destruição do Cartão de Crédito

O cartão de crédito tem sido um grande vilão para as famílias. É um vilão quando não se sabe usá-lo. A primeira coisa que se deve ter em mente é que é um erro querer possuir todos os cartões de crédito existentes na praça. Muitos deles, quando são Private Labels (cartões de supermercado com marca própria, lojas de roupa, etc.), têm taxas maiores que as bandeiras tradicionais e, geralmente, poucos benefícios agregados. Avalie, portanto, quais são suas necessidades e procure um cartão que lhe atenda melhor.

Cartões de crédito são úteis para ganhar prazo naquelas compras nas quais você não conseguirá melhores condições para pagamento à vista. Entre pagar um valor à vista ou o mesmo valor com 30 dias de prazo, a segunda opção acaba sendo mais vantajosa, pois seu dinheiro pode ficar aplicado até o dia do pagamento.

O lado ruim dos cartões é a tentação. Para quem está sem dinheiro é um perigo! Fica ainda pior porque eles permitem facilmente a rolagem de dívidas, pagando-se o “valor mínimo”. Nesses casos, com as taxas de juros cobradas, ficar pagando aquele valor mínimo é um suicídio financeiro. Em pouco tempo, você pode ficar com uma dívida impagável. O Banco Central determinou que a partir de junho/2011 o valor mínimo a ser pago deverá ser de 15% e em dezembro/2011 passará para 20%. Enquanto isso se vigora 10% como valor mínimo. Vamos considerar o percentual mínimo de 15%; além disso, as bandeiras têm cobrado em média, 12% ao mês. Veja o resultado da “mágica dos juros compostos” contra você. Confira a tabela a seguir.

Além do tempo de quase 2 anos e meio, pagou-se 294% a mais que o valor original que era de R$ 3.000,00, praticamente 3 vezes mais! Observe outra coisa: no exemplo não se considera nenhum lançamento extra que se incorpora ao valor da fatura nem o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

Diz um antigo ditado: “dívida a gente não paga, negocia”. Especialmente nesse caso, o que se deve fazer é apurar o valor real da dívida, ligar para a administradora do cartão ou até mesmo para o gerente do banco, explicar suas dificuldades em pagar o cartão de crédito e negociar a dívida. Com isso, procure estabelecer condições melhores, período e valor a pagar, com juros também, mas menos exorbitantes. Lembre-se que o que deve ser negociado é o valor principal, a dívida real, o que não inclui os juros provenientes do período devido. Em “troca” você fica sem usar o cartão de crédito; ele fica bloqueado.

Vale como reforço, mesmo que redundante: cuidado ao usar essa ferramenta financeira. Se houver deslizes enquanto usa, pagará um preço muito, muito caro.

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