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15 de novembro de 2011

Tá pegando fogo no Velho Mundo!



É de conhecimento geral que as coisas na Europa estão bem complicadas: Grécia, Itália, Espanha, Irlanda, Alemanha e Inglaterra  têm sido os protagonistas (ou antagonistas, dependendo do ponto de vista) dessa história real. Estava lendo algumas notícias sobre finanças pessoais pela internet e me deparei com uma em especial que mereceu esse post. Um jornal eletrônico  português, chamado Diário Económico, publicou uma matéria intitulada “Erros que as famílias cometem nas finanças pessoais”.

Uma das coisas que me chamou a atenção nessa matéria foram os comentários dos leitores. Muitos criticam a consultoria que foi entrevistada pelo jornal: alguns a acusam de ter influenciado na compra de bens de alto valor, que facilitaram a aquisição de créditos pessoais, que não acompanharam as famílias... enfim, até onde acompanhei, os nossos irmãos portugueses estavam furiosos com a reportagem, com a empresa que fora entrevistada.

Mas esse não foi o único ponto que me chamou a atenção. Talvez não seja certo fazer isso, mas não julgando quem está certo ou errado sobre o caso da consultoria que acusam (eu particularmente não tenho conhecimento de causa para julgar isso), percebemos que a situação dos portugueses, senão da maioria dos europeus, é muito delicada. Quando se trata de finanças pessoais, apesar deles terem um melhor nível de educação financeira (como se aponta em alguns estudos), a grande massa está em enormes apuros. Alguns, de acordo com comentários, não conseguem mais pagar suas contas: se endividam ainda mais e, com a pressão emocional em patamares talvez nunca experimentados, chegam a cometer suicídio. O governo português, nos últimos anos (na última década), subsidiou inúmeros itens da vida do cidadão português: casa, carro, bens de consumo (soa familiar?). Enfim... por ter proporcionado um conforto exagerado à população, hoje o cidadão português sofre as consequências, bem como toda Europa (pois isso é um padrão comportamental na maioria dos outros países: o paternalismo).

Apesar de se ter diferenças culturais marcantes e uma situação sócio-político-econômica diferente, o brasileiro tem que tomar cuidado. Pode ser que não ocorra nada do que hoje ocorre na Europa, mas não custa nada prevenir. Temos muitos programas sociais e subsídios que têm a boa intenção de diminuir as diferenças sociais, e isso é louvável. Mas como bom mineiro, sou bem desconfiado – é como diz um antigo dito: “De boas intenções o inferno está cheio”.

Devo ter dito em outros artigos que os povos latinos são naturalmente imediatistas e indisciplinados. Infelizmente isso é verdade. MAS indisciplina e imediatismo são hábitos e todos os hábitos podem ser modificados: se as pessoas, primeiro, tomarem consciência deles; e, principalmente: FIZEREM UM ESFORÇO REAL, PERSISTENTE E CONSISTENTE PARA MUDÁ-LOS. Depender do governo não deve ser uma opção. Nunca! Devemos trabalhar fortemente naquilo que nos propusemos a fazer, construir aos poucos nossas vidas, sermos felizes com aquilo que temos e nos educarmos durante a caminhada tanto formalmente, quanto financeira, social, ambientalmente... Educação é a chave-mestra: sempre foi! Mas não falo simplesmente da educação ‘formal’, conseguida em instituições de ensino e nos livros. Esse tipo de conhecimento está disponível, reunido e organizado, em verdade, para quem quiser nas faculdades e bibliotecas espalhadas pelo País. Eu falo de uma educação diferente, da que realmente constrói o ser humano, suas relações e o mundo através da PRÁTICA: aquela que reúne o “saber como fazer” (teoria) e, especialmente, o “saber fazer” (prática). Mudar a vida das pessoas, mesmo que um pouquinho, simplesmente por ter prestado o seu melhor serviço.

Ah! Por fim, recomendo que leiam a reportagem (aqui) e, se possível, grande parte dos comentários dos portugueses: não queiram ser como eles daqui a 10 ou 20 anos. O que parecia ser a melhor coisa do mundo naquela época (década de 90), hoje, para eles, é o inferno na terra. Então, lembrem-se: pensamento crítico, razão e cuidado!

Bom feriado!



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