Bolsa de valores... que ambiente financeiro fantástico!
Muitas oportunidades, forma de poupança no longo prazo, crescimento,
lucratividade e valorização. Participação societária minoritária em grandes empresas,
as empresas-referência no ramo de atuação. Todos esses benefícios são eternos?
Não, claro que não. Uso com muito cuidado as palavras “sempre”, “nunca”, “jamais”
ou qualquer outra com mesmo significado: apenas de uma coisa na vida teremos
sempre certeza: nada está estático, tudo está em constante transformação.
Incluindo ambientes de mercado, economia, bolsa de valores.
Cientes disso, não podemos simplesmente colocar nosso
dinheiro em algumas companhias, deixar lá parado e “esquecer”, e, num futuro
que sabe-se lá quando, retirar com uma rentabilidade milagrosa. Bolsa de
valores não funciona assim; definitivamente não...
Se realmente queremos alguma coisa na vida, primeiro temos
que defini-la em OBJETIVOS.
Portanto, o primeiro passo é: pense
naquilo que gostaria de fazer com o dinheiro investido e quanto tempo vai
precisar que ele renda. Escolha algo significativo pra você, algum motivo forte
que faça com que se tenha disciplina e paciência para que ele mature. É interessante
dar um nome para seu investimento (por exemplo: “meu carro novo”, “minha casa
própria”, “viagem dos sonhos”), pois assim saberá exatamente o porquê de estar
investindo e não se perderá com outros desejos.
- Compra direta de ações: você decide quais ações comprar e
transmite essa ordem para a corretora e, assim, torna-se sócio das empresas que
possui ações;
- Fundos de Índices – ETFs (Exchange Traded Funds): são
fundos que buscam atingir o retorno de índices que representam determinados
setores do mercado; é muito interessante porque com apenas uma ordem o
investidor pode comprar uma cota do fundo e diversificar seus investimentos sem
escolher uma ou outra empresa;
- Clubes de investimento: grupos de pessoas que se reúnem para
investir em conjunto na bolsa de valores. Talvez seja uma das maneiras mais
interessantes de se começar a investir, pois, além do aprendizado, ganhos,
perdas e custos são compartilhados entre todos os membros do clube;
- Fundos de investimento em ações: o investidor compra cotas
de um fundo de ações que é administrado por uma corretora ou um banco (ou seja:
as instituições que decidem quais e quantas ações comprar).
Decidindo-se a forma de como investir seu dinheiro chegamos
ao terceiro passo: escolha a melhor corretora para você.
O investidor deve ter em mente que a corretora é sua aliada.
Ela ajuda em cada etapa do processo pré-investimento e conta com estudos e
informações de especialistas de mercado. Isso não significa que o investidor
deva seguir as recomendações: ele deve avaliar e, se assim estiver de acordo
com o que pensa e com o que deseja, seguir a orientação dos especialistas.
Lembrem-se: a decisão de executar qualquer operação é por conta e
responsabilidade do investidor. As corretoras também oferecem serviços facilitadores
de acesso ao mercado como o Home Broker (investimento via internet), além de
relatórios de recomendações, informativos, entre outros. Encontre aqui sua
corretora!
Estamos prontos para o quarto passo: conheça os custos e as
taxas. Existem, basicamente, três taxas a serem conhecidas pelos investidores.
São elas:
- Taxa de corretagem: valor cobrado pela CORRETORA para
acessar o mercado. Dependendo da corretora pode ser uma percentagem sobre o
volume financeiro operacionalizado ou um valor fixo;
- Taxa de custódia: valor mensal cobrado pela COMPANHIA
BRASILEIRA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA – CBLC para guardar as ações de todos os investidores.
É como se fosse um “cofre” da Bolsa;
- Emolumentos: valor cobrado em relação ao volume financeiro
a cada por operação que se é realizada na Bolsa. Esse custo é da BM&FBOVESPA.
Dentre as três taxas, o mais importante a ser observado é o
da forma e valor da corretagem, porque, dependendo do volume financeiro a ser
investido, ele pode ter um valor relativo elevado.
Conhecidas as taxas, chega o momento do quinto passo: abrir a
conta na corretora escolhida. Basicamente é necessário que se preencha uma Ficha
Cadastral gratuita, assinar o Termo de Adesão e o Contrato de Intermediação e
enviar a cópia de alguns documentos (RG, CPF e comprovante de residência).
Por fim, o sexto passo é: escolha suas ações.
Procure conversar com sua corretora, com os especialistas
que nela trabalham; [muito importante] aprenda o máximo sobre as empresas,
conhecendo suas estratégias de mercado, a forma como atuam, que mercados que
atendem, quais são suas perspectivas de crescimento, comportamento no setor em
que atua; uma seu lado consumidor ao seu lado investidor: procure usar os
serviços das empresas em que você é sócio!
Ufa! Mas ainda não terminei. Quero ressaltar mais algumas coisas:
- Muitas pessoas (e, infelizmente, alguns sites) pensam que para se investir na bolsa é necessário muito dinheiro. Não é verdade! O mais importante é você estabelecer a disciplina de comprar ações de boas empresas com regularidade visando atingir seu objetivo que, recomendo, deva ser de longo prazo (entenda longo prazo como 5 anos para mais).
- Jamais invista todo seu dinheiro em ações: no mínimo, antes de investir, constitua uma reserva de emergência em ativos menos voláteis e mais líquidos que equivalham de seis a doze vezes o valor de seu custo de vida mensal.
- Não aja de acordo com as emoções, não vá com “a grande massa”: comprar e vender por impulso são um dos erros mais comuns e fatais ao sucesso em bolsa de valores – paciência e disciplina são fundamentais para o triunfo no mercado de ações.
- Procure aprender uma metodologia que te dê um “norte” quanto às estratégias traçadas: isso impede que você se desespere e compre na alta e venda na baixa, dentre outros erros bastante comuns.
- Comece com pequenos passos: conforme disse, os clubes de investimento e até os ETFs podem ser uma excelente forma de se aprender a investir na bolsa.
- Jamais siga as dicas “infalíveis”: estude por conta própria, se necessário, e lembre-se de que não existem “atalhos” ou “segredos” nesse ambiente – existe paciência, disciplina e escolhas fundamentadas.
No mais, bons investimentos!
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