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7 de agosto de 2009

Mudando os Hábitos de Consumo e Gastos

É preciso desenvolver um certo grau de consciência. É como acontece com quem quer emagrecer, é necessária força de vontade. Sem motivação não se consegue chegar lá, por isso a conscientização. A pessoa deve se programar para não ficar endividada, ou decidir que vai acabar com as dívidas, se já as tiver contraído. E o ânimo para encarar isso tudo vem de alguns objetivos, como "vou mudar minha vida", ou mesmo a meta de comprar um DVD, um automóvel, a casa própria ou abrir o próprio negócio. E a participação da família é vital, pois se trata de um processo difícil. Lembre-se você é o decisor de todas as situações, vamos as lições mais simples:

1 . De que forma a pessoa pode fazer um histórico de gastos?
É preciso fazer uma pesquisa, como puxar todos os extratos de cartão de crédito dos 24 últimos meses. Fazendo uma análise desses gastos, você tem a noção de quanto gastou em itens realmente necessários e o que desembolsou por bens que na verdade não precisava. O que se pagou em supermercado, por exemplo, pode-se considerar aceitável, afinal, mesmo que se desembolse algo por itens não tão importantes, está se comprando comida. O objetivo deve ser a identificação de itens comprados sem necessidade, como um sapato que pouco se utilizou, ou uma camisa que está guardada há meses no armário.

2. Como lidar com o cartão de crédito?
Compre apenas o que realmente é preciso, necessário. Não se deixe levar por promoções que podem parecer interessantes, mas nem sempre atender às suas necessidades do momento, e podem provocar apenas gastos supérfluos, que aumentam suas despesas.

3. E o cheque especial, quando e como usar? Ou não usar jamais?
Ele tem que ser encarado como um recurso para emergências, a ser utilizado apenas em situações absolutamente inevitáveis, devido às altas taxas de juros. O grande erro cometido por muitas pessoas é o de incorporar o valor do cheque especial ao salário, como se fosse uma renda.

4. Se não se deve usar o cheque especial, quais as alternativas?
Até mesmo em situações nas quais você pode comprar algo, aproveitando uma oportunidade, uma promoção, é melhor propor ao comerciante um cheque prédatado ou utilizar o cartão de crédito, assim você não utilizaria o cheque especial pagando à vista cujo juros são exorbitantes.

5. O celular é uma despesa desnecessária? Como continuar tendo um sem gastar em demasia?
Às vezes as operadoras oferecem vantagens para que você se torne assinante. Procure acompanhar as promoções das concorrentes, sempre, e o que está sendo dado aos que compram uma linha agora. Pode ser que, com o tempo, o que era para você um bom negócio antes tenha deixado de ser. Aí é preciso observação, análise e uma negociação com a empresa de telefonia celular. Analise, também, as últimas contas, veja quanto está gastando e se essa despesa é mesmo indispensável.

6. E quanto ao seguro do carro?
Não deixe de, antes de renovar, pedir ao corretor que faça orçamentos de diferentes companhias. Compare preços, vantagens e desvantagens de cada uma antes de renovar com a seguradora com a qual vem trabalhando. O corretor tem uma tendência de direcionar o seguro onde ele tem maior comissão da seguradora.

7. Como curtir a vida indo, por exemplo, a um restaurante, sem gastar demais?
Com bom senso. Se você vai ao restaurante, por exemplo, tenha critério, ou seja, no dia-a-dia busque opções que reúna boa qualidade e preço razoável. Numa data comemorativa, em situações especiais, você pode ir mais longe, mas não exagere. Um dos erros, por exemplo, é gastar demais em bebidas alcoólicas, que sempre são muito mais caras nos restaurantes, vinhos, por exemplo. Há casos em que a pessoa economiza na comida, pedindo um prato farto para dois, o que é correto, claro, mas acaba desembolsando uma quantia inesperada por causa das bebidas. Saboreie seu bom vinho em casa. E não tenha vergonha de perguntar os preços, fazer seu orçamento antes de gastar.

8. Compras via internet são, muitas vezes, feitas por impulso. Como lidar com isso?
Alguns itens são realmente vantajosos, como CDs e livros, mas outros nem tanto. Pesquisar é preciso e, principalmente, não se deixar levar por apelos que os sites apresentam, tais como "Só hoje", "últimas 30 peças", que dão a sensação de que, caso não compre já, perderá chance enorme. Muitas vezes esses produtos ficam lá por muito tempo, com os mesmos preços.

9. De que maneira deve-se lidar com o 13º salário?
Se a pessoa não está endividada, deve procurar esquecer o 13º, tentar não mexer nele. Se no começo do ano você se programar, é possível viver com os doze salários mensais do ano. Assim você aproveita a chance para investir, em alguns casos começar uma poupança. Uma pessoa que está iniciando a carreira, por exemplo, ainda sem despesas maiores, como as que têm filhos, deve guardar o 13º e, se fizer isso, em cinco, seis anos pode ter acumulado, dependendo da faixa salarial, o equivalente a um automóvel, por exemplo. Caso resolva gastar parte do que recebeu, é importante fazê-lo de forma inteligente, sem que depois tenha de entrar no cheque especial ou dever ao cartão de crédito por ter exagerado. Já quem está endividado deve, obrigatoriamente, usar para quitar ou amortizar as dívidas.

10. E o dinheiro das férias, que sai de uma vez, dois salários ao mesmo tempo, como fazer para não gastar por conta?
O orçamento futuro fica comprometido nos casos e que as pessoas gastam muito nas férias, motivadas pelo dinheiro que recebem e parece muito, com o salário, mais um terço sobre ele e a remuneração antecipada do mês de descanso. O ideal mesmo é a pessoa separar, mensalmente, uma fração do salário, de maneira que ao final do ano tenha dinheiro para as férias sem acumular ou criar dívidas. Planejamento é a palavra.

11. De que maneira a pessoa deve lidar com despesas pesadas e sazonais, tais como IPVA, matrícula escolar, IPTU etc.?
Uma provisão é o ideal, já que todos sabem quando virão essas despesas. Pode-se economizar para ter como quitá-las sem sacrifício. Sem ela, uma saída é reservar o próprio 13º para esses pagamentos, essas despesas inevitáveis. Quem recebe comissões ou participações de lucro também pode utilizar essas remunerações para cobrir tais taxas, mas quando as receber é preciso guardar o dinheiro, não gastar por conta e ficar com o problema adiante.

12. Quem usa muito a internet - no caso, a família toda, por exemplo - deve manter uma linha específica para se conectar ou, em alguns casos, assinar banda larga?
Em alguns lugares do País é mais barato assinar banda larga do que a assinatura de mais uma linha telefônica. Fora os pulsos que são maiores quando se utiliza a internet por mais tempo. É preciso pesquisar, mas realmente em muitos casos, uma conexão desse tipo pode resultar em economia.

13. De que maneira pode-se fazer raios-x da situação financeira?
Além de pesquisar as despesas dos cartões de crédito nos dois últimos anos, verifique os gastos como contas de luz, gás, telefone... São despesas que podem se tornar mais elevadas quando se tem, por exemplo, um vazamento, ou consumo exagerado por falta de disciplina. Quando enfrentamos o período do apagão nos acostumamos a gastar menos eletricidade e todos sobrevivemos. É preciso desenvolver esses hábitos.

14. Como identificar nossa capacidade de poupança?
O ideal é poupar cerca de 15% do salário bruto. Se a pessoa tem carteira assinada e não consegue juntar tudo isso, pode usar o seguinte referencial: o patrão deposita 8% de FGTS todo mês. Então junte aos menos 7% do que ganha e assim terá, mensalmente, 15% da remuneração poupada.

15. E a capacidade de endividamento?
Simples: os custos fixos e o endividamento, somados, não podem ultrapassar 60% dos ganhos líquidos. Isso porque as despesas variáveis são sempre imprevisíveis, além das sazonais, e você vai precisar de uma folga para cobrir esses custos. Ninguém sabe quando vai quebrar o carro ou levar o filho ao dentista, por exemplo.

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