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6 de agosto de 2012

Imóveis: algumas reflexões sobre alugar ou financiar

Getty Images
Até hoje muitas pessoas me perguntam se vale a pena morar de aluguel ou se vale a pena fazer um financiamento imobiliário, daqueles que são divididos ao longo de 30 anos...

Tudo depende. Depende do seu momento de vida, da sua carreira profissional, da sua estrutura familiar, do seu patrimônio, das suas condições financeiras... enfim: DEPENDE!

De acordo com o IBGE, o comprometimento médio da renda do brasileiro com despesas ligadas à habitação fica em torno de 30% da renda mensal. Geralmente as pessoas estão muito ligadas à crenças antigas, que, infelizmente, são crenças limitadoras especialmente no aspecto financeiro. Uma delas é "quem casa quer casa". Pode até ser... mas isso tem que ser muito bem avaliado antes que uma decisão tão impactante (financiamento de longuíssimo prazo, por exemplo) seja tomada. Geralmente quem pensa assim são os jovens casais, influenciados pela sociedade e pelas pessoas de convívio íntimo: família.

Vale lembrar que, muitas vezes, tal situação ocorre enquanto o casal ainda está escalando na carreira, e, por isso mesmo, ainda têm rendimentos baixos em relação ao que potencialmente poderão ter dentro de alguns anos a mais de dedicação profissional. Veja que não estou condenando a opção de se financiar um imóvel dessa maneira. Apenas atento para o tipo de decisão que é tomada e seus impactos. Geralmente paga-se cerca de duas a três vezes o valor do imóvel durante esse período, mas esse é o preço da opção mais cômoda de quem não pode pagar à vista e não quer ficar preso ao aluguel.

Uma continha rápida: Imóvel de R$ 200.000,00 financiado a 10% a.a. (0,79% a.m.) durante 360 meses (30 anos) sai por parcelas no valor de R$ 1.691,79. O montante ao final desse período será de R$ 609.041,39 - um pouco mais de três vezes o valor do imóvel.

Penso que devemos pensar em decisões financeiras mais importantes antes de assumirmos um compromisso tão significativo:

  • a sua capacidade de poupança para aposentadoria será comprometida?
  • a sua capacidade de garantir verbas para quebrar a rotina, ter novas experiências ficará à salvo?
  • você continuará poupando para realizar sonhos? (não venha cm essa de que a casa é a realização de seu maior sonho...)
  • você continuará tendo capacidade de aproveitar oportunidades de risco para que você possa crescer na carreira ou crescer seu patrimônio? (mudança de emprego, de cidade, de país para aproveitar melhores condições de trabalho e desenvolvimento; investimento em outros produtos financeiros que demonstrem ser uma bela oportunidade de dar um upgrade no patrimônio; etc)

São perguntas que devem ser friamente respondidas, colocadas na ponta do lápis (ou caneta ou planilha ^.^) e mensuradas. E mais: revistas periodicamente.

Outra continha rápida: se, ao invés de pagar uma prestação de R$ 1.691,78, você resolvesse morar em um imóvel no valor de R$ 200.000,00 pagando aluguel no valor justo por volta de R$ 1.200,00 (ou seja, 0,6% do valor do imóvel), poupando a diferença (R$ 491,78) à taxa real de 0,5% a.m. durante os 30 anos, você acumularia R$ 494.002,06: dependendo do seu padrão e estilo de vida esse montante poderia significar sua independência financeira!  

Só para corroborar um pouco sobre o risco dos financiamentos imobiliários (reportagem do Portal InfoMoney): link


Resumindo: faça as contas, decida bem o que você quer e tenha bastante consciência das decisões que você toma em sua vida.

Realize sonhos, realize mais!

2 comentários:

  1. Belo Post!

    Eu prefiro dinheiro trabalhando pra mim do que imobilzado!!

    Abraço!

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    1. Olá Investidor em Ação! Eu também prefiro o dinheiro investido noutros lugares e, particularmente, investiria em imóveis como renda variável (comprar para revender a preço mais elevado).

      É claro que exige um estudo bastante aprofundado da região, da oferta e demanda, dentre outras coisas.

      Em todo caso "cada caso é um caso" (redundou, eu sei ^^)

      Abraço.

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