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30 de julho de 2012

Crédito, mais crédito... juros... dívidas.. ai ai ai...

É fato bem conhecido de que nós brasileiros temos bastante crédito disponível. Muito mesmo. Mas é bem verdade também que a maioria não sabe usar: sabe se alavancar e consumir hoje o que poderia ser feito com menos dispêndio financeiro, menos juros, com um planejamento financeiro. Pagar juros é, literalmente jogar dinheiro fora. Lógico que existem exceções, poucas inclusive.

Ainda hoje, mesmo com a baixa dos juros praticada (e forçada) pelos bancos públicos, as pessoas continuam se endividando. Alguns começaram a tomar consciência, mas ainda são poucos diante de uma multidão imensa. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 62,5% das famílias estão endividadas, um crescimento de 6,39% entre 2010 e 2011. Esse número número significa que, somente nas capitais, 525 mil famílias contraíram dívidas.

Nessa pesquisa, constatou-se que o volume da dívida também aumentou, e muito, 11,57%. Em 2010, as famílias deviam R$ 145,1 bilhões (é isso mesmo: bilhões!) e agora este montante é de R$ 161,9 bilhões, ou R$ 13,5 bilhões por mês. Por outro lado, o rendimento das famílias endividadas cresceu 11,7%, saltando de R$ 491,5 bilhões para R$ 549,2 bilhões, ou R$ 45,8 bilhões por mês. O que permitiu ao brasileiro aumentar a dívida sem ampliar a parcela da renda comprometida com esta. Ao contrário, houve uma ligeira redução neste quesito. O recuo foi de somente 0,04 ponto porcentual (p.p.) - o que pode ser, a rigor, considerado como estabilidade na relação dívida/renda -, mas demonstra que as famílias estão aprendendo a administrar melhor sua renda: pelo menos é o que se espera...

Mas vamos para um pouquinho de prática. Atualmente, no mercado financeiro, conseguimos (dependendo do prazo, do montante e da aplicação) encontrar investimentos seguros com rendimentos líquidos de IR e inflação à modesta taxa média de 0,5% a.m. A realidade nos investimentos mudou significativamente: taxa básica de juros em níveis históricos super baixos, economia ainda aquecida, crédito farto... crédito farto: a taxa média que te emprestam dinheiro fica por volta de 5%a.m.! Lógico que com negociação, sendo um bom pagador, tendo investimentos e mais outras variáveis positivas essa taxa tende a diminuir consideravelmente. Mas ainda isso é para poucos. Pense: "nos investimentos eu consigo uma taxa média real de 0,5% a.m.; caso tome empréstimo para realizar algum sonho de consumo eu pago 10 vezes mais". Nós podemos ser mais inteligentes emocionalmente falando.

Costumo dizer que é importantíssimo, apesar das dívidas, continuar vivendo: ter lazer, se alimentar adequadamente, para quem precisa, ter um carro, enfim... continuar. Obviamente as decisões têm que ser pesadas de modo que elas possam ser mais baratas e, assim, criar meios para saldar os compromissos e dívidas já feitos/assumidos. E mesmo quando não dá para saldar porque no passado você tomou a decisão de tomar crédito, no meio do caminho se embolou por qualquer motivo e agora está insolvente (ou seja: existem dívidas que não podem ser pagas no momento nem se forem bem negociadas), tem que continuar vivendo. De forma mais simples, provavelmente; mas não significa que seja com menos qualidade.

Aqui voltamos à antiga relação de poder dentro dos seres humanos: a disputa eterna entre NECESSIDADE e DESEJO. Algumas decisões de consumo que levam à tomada de crédito estão basicamente fundamentadas no sentimento de desejo. Aquele celular "da moda" vai fazer a diferença? A geladeira com 20 funções diferentes (se você fala 'apaga a luz' ela apaga a luz da cozinha [que exagero - rsrsrs]) vai te fazer mais feliz? Aquela TV de 50 polegadas full HD na sua sala é realmente necessária? Infelizmente, esse tipo de consumo destrói, ao longo do tempo, parte daquilo que você conquista com seu trabalho: literalmente centenas de reais (ou milhares!) são jogados fora nessas "brincadeirinhas de desejo". É fácil conter o impulso do consumo? Depende. Depende se você tem um objetivo MUITO importante e tem contato com ele todos os dias. Sabe aquela viagem bacana que você tinha vontade de fazer na sua adolescência ou quando se tornou um adulto jovem, mas não tinha dinheiro suficiente para bancar porque mal tinha renda? Pois é... resgate esse tipo de sonho; realize mais! Não estou falando, em momento algum, que não se deva comprar eletroeletrônicos ou eletrodomésticos ou qualquer outro bem. De forma alguma. O que quero alertar é sobre o tipo de consumo que te faz feliz. Se a geladeira de sua casa estragar, não tiver mais conserto e você não tiver reservas financeiras para imprevisto (que, inclusive, deveria ser seu primeiro investimento!) a opção é financiar o bem. Mas observe: nesse caso foi por necessidade. Uma ideia inteligente é deixar o cartão de crédito em casa para evitar compras por impulso. E, se acontecer de entrar em uma loja para "namorar" algum produto, tome cuidado para não sair de lá com um carnê de prestações. Simples, mas não é lá tão fácil. Caso não consiga se conter passe longe das lojas!

Por fim, existe o cenário em que você se endivida seriamente. Seu nome vai para os órgãos de proteção ao crédito e você fica NEGATIVADO. A maioria dos brasileiros (especialmente os que nunca estiveram numa situação dessas) teme com todas as suas forças serem negativados. O que acontece é que você terá restrição de crédito. E isso é bom: evita que você se embole ainda mais. É um aviso bem destacado que você extrapolou e agora tem que resolver seus problemas financeiros.

A melhor decisão nessas horas: crescer pessoalmente e enfrentar com todas suas forças essa guerra chamada DÍVIDAS. Sem dó nem piedade o seu foco deve ser saldar esse problema da melhor maneira possível, sem prejudicar sua qualidade de vida (é bem provável que cortes sejam necessários, mas preze pela sua qualidade de vida), fazer um diagnóstico anotando TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO o que gasta e recebe, estabelecer um orçamento mensal fazendo projeções para, no mínimo, 6 meses adiante. E, claro, continuando o processo de registro e acompanhamento DIARIAMENTE. É simples, no início -para alguns- pode ser trabalhoso, mas esse é o processo.

Agora, atente-se para uma questão importante: a pessoa endividada não é uma pessoa criminosa. Infelizmente algumas empresas de cobrança ou credores (ou pessoas dessas empresas, talvez) ainda abusam da situação em que você deve e fazem ameaças, assédio moral e outras coisas mais. Isso é crime! O IBEDEC (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo) publicou no último dia 24 as Principais Dúvidas do Consumidor Negativado, que podem ser conferidas acessando o link e descritas, na íntegra, logo abaixo:


PRINCIPAIS DÚVIDAS DO CONSUMIDOR NEGATIVADO

A inadimplência divulgada, no último mês, demonstra um cenário preocupante para o consumidor.

Um estudo do BACEN mostra que brasileiros estão com 39,1% de sua renda comprometida com divída.

No IBEDEC, houve aumento em torno de 40% de consumidores inadimplentes que procuram informações a fim de sair do circulo vicioso das divídas

Saiba quais são as principais duvidas

- DEVO UTILIZAR A ANTECIPAÇÃO DE 13º E IMPOSTO DE RENDA PARA QUITAR DIVIDAS?
Se os juros do adiantamento do imposto de renda e do 13º forem inferiores aos juros dos outros contratos, é positivo a utilização da antecipação.

- EFETUANDO O PAGAMENTO DA MINHA DIVÍDA. QUAL O PRAZO PARA SER RETIRADO MEU NOME DO SPC E SERASA?
O prazo máximo estipulado para a baixa da negativação são de 5 dias.

- QUITEI MINHA DIVÍDA, MAS CONTINUO NEGATIVADO?
Nesse caso, o consumidor deve tirar um comprovante de restrição do SPC e SERASA, juntar com o comprovante de quitação da divída e entrar com ação de danos morais.

- QUANDO EFETUO UM ACORDO COM MEU CREDOR, MEU NOME JÁ É RETIRADO DO SPC E SERASA?
A retirada imediata só acontece se ficar estabelecida como parte do acordo. Afinal a dívida só será considerada quitada após o pagamento de todas as parcelas.

- DEVE SE CONTRATAR UM EMPRESA PARA LIMPAR O NOME NA SERASA OU SPC?
Essa opção não é aconselhável, pois essas empresas são pouco eficientes caso a negativação não seja indevida.

- AS EMPRESAS DE COBRANÇAS FAZEM UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS ABUSIVA?
Sim, o IBEDEC confirma a prática abusiva e relaciona as mais comuns:
  • contatos telefônicos fora do horário comercial, restringindo o descanso e a privacidade do consumidor;
  • uso de vocabulário chulo, insultos, ameaças e coação;
  • exposição da inadimplência do consumidor à terceiros;
  • ameaçar reaver bens do consumidor;
  • passar-se por advogado ou oficial de justiça com objetivo de intimidar o consumidor.

- O QUE FAZER COM DIVÍDAS EM CASO DE MORTE?
A dívida deverá ser paga. Por tanto se o morto não tinha bens suficientes para quitar todas a suas dívidas, elas não passaram para os seus herdeiros.

ATENÇÃO REDOBRADA

Cobrança de Dívidas.

Art. 42 do CDC. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição de indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Das Infrações Penais

Art. 71 do CDC. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:

Pena – Detenção de três meses a um ano e multa


Viva para realizar, viva para sua felicidade. Consumir pode e é gostoso: mas sempre vá com muita calma!


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