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22 de janeiro de 2012

Grupo de apoio: um conceito diferente para lidar com as suas finanças


Todo mundo sabe o quanto é trabalhoso mudar hábitos. Quando você se compromete definitivamente a mudar ou fazer alguma coisa a tendência é que consigamos realiza-la. Mas existe um caminho entre o compromisso e a realização – exige, sim, muito esforço, coragem, determinação e disciplina. E quando se trata de finanças pessoais, muitas vezes é necessário mudar e melhorar principalmente a forma como se consome.

É bem como fazer dieta para perder peso: no início, nas primeiras semanas e até os primeiros meses, é difícil resistir às tentações. O hábito negativo (ou vício) pode ressurgir várias vezes, e são nesses momentos que sua força de vontade e resiliência serão testados. Ninguém pode fazer as mudanças por você – ninguém além de você mesmo, claro...

Uma estratégia, que inclusive está sendo objeto de estudo nos Estados Unidos, é formar grupos de apoio, bem no estilo dos Alcoólicos Anônimos ou Vigilantes do Peso – de forma simplista, sabemos que nesses dois grupos as pessoas recebem orientações de algum especialista que assiste o grupo em questão, mas, principalmente, compartilham experiências positivas ou não sobre o que estão tratando. O foco é que as pessoas do grupo (re) construam suas vidas a partir de realizações semana após semana, atingindo, assim, seus objetivos: que no caso são, respectivamente, eliminar o vício do álcool e perder peso para melhorar a saúde. Acesse o link do artigo aqui.

A ideia poderia ser aplicada às finanças pessoais. O grupo de apoio tem o poder de modificar comportamentos e incentivar as pessoas a realizarem seus sonhos, a atingirem suas metas. Um estudo realizado por pesquisadores estadunidenses e chilenos realizaram um experimento com um grupo de empresários que se encontravam semanalmente para conversar e expor suas derrotas e sucessos relacionados à suas finanças; além disso, essas pessoas estabeleceram suas metas de poupança semanal com o propósito de atingirem seus objetivos. O resultado foi o seguinte: esse grupo de empresários poupou cerca de 11% de sua renda, duas vezes mais do que um grupo monitorado que não tinha essas reuniões semanais.

Por outro lado, existem os aspectos negativos. De acordo com Brigitte Madrian, economista e professora de Harvard que participou deste estudo, o efeito causado por esse tipo de grupo pode ser contrário. Mesmo quando a pressão é aplicada na direção certa, muitas vezes acontece um efeito bumerangue, fazendo com que as pessoas executem exatamente o oposto do que são incentivadas. Isso foi constatado a partir de outro estudo realizado com um grupo de funcionários de determinada empresa que relatou que os pares (colegas) que não receberam a mesma informação que eles conseguiram poupar mais ao contribuir com um plano de previdência empresarial, o 401(k) [espécie de plano de aposentadoria muito comum nos EUA]. Por outro lado, a eficácia da pressão pode também depender se as metas estão ao alcance de forma realista. Daí a importância de um acompanhamento profissional para esse tipo de grupo: um planejador financeiro, por natureza da profissão, deve ser a “voz da razão” quando seus clientes estão sonhando – muitas vezes ele é quem vai dizer se e quando dá ou não para atingir o que a indivíduo/família deseja com base na situação atual e, talvez, futura.

Com certeza essa é uma ideia arrojada, mas é um plano que pode ser melhor trabalhado e, com isso, possivelmente replicado e aplicado no Brasil.

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