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25 de dezembro de 2010

Podando galhos e folhas secas

Feliz Natal! Hoje é dia 25 de dezembro, dia em que, na religião Cristã, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Essa é uma época em que pessoas estão mais felizes, alegres, animadas. É um período de reflexão e até mesmo de preparo para o novo ano que logo já vem.

Quero compartilhar com vocês nesse post algumas coisas que aconteceram de ontem para hoje. Na virada da noite (de 24 para 25) estive na ceia de Natal na casa de uma prima, com parte da família reunida: ela, mais dois primos (irmãos dela), dois tios (sendo um deles o pai dela), o marido dela, seus dois filhos, o sogro dela, meu pai, minha mãe e minha irmã. Que eu me recorde dos meus Natais passados, nenhum deles, de uns cinco anos para cá, tinha acontecido uma reunião dessas por mais simples que fosse. Como bom observador e sempre reservado, observei silenciosamente as pessoas nessa noite e percebi que foi um momento especial. Quando da efetiva virada das datas (ou seja, após 00:00) todos se cumprimentaram e eu, se não me falha a memória, pela primeira vez consegui dar meu carinho para aquelas pessoas: abraços, beijos, apertos de mãos – me vi inundado de carinho, afeto e Amor. Sensação delicada, frágil e maravilhosa.

Chegando em casa, um pouco depois de meus pais – pois acompanhava um tio que mora conosco, já que anda mais devagar (lógico, pesado como ele é! rsrsrs) – eu tive algumas surpresas agradáveis e, como muitas coisas que acontecem em minha vida, intensas: minha irmã me entregou um cartão de Natal que ela mesmo fez, colorido à lápis de cor, escrito por ela mesma – enfim, algo bem simples, mas de uma dedicação tão genuína que toca o coração; e encontrei em cima de meu travesseiro um envelope, endereçado à mim, tendo como remetentes meus pais e minha irmã – imaginei que também fosse um cartão de Natal e estava feliz por isso.

Antes de abrir ou de ler o cartão de minha irmã, lembrei-me de meu finado avô e padrinho: sempre nessa data rezava em frente ao presépio que ele, sozinho, até seus 91 anos, construía anualmente, até seu último Natal conosco, ano passado. Senti (e ainda sinto) sua presença e a presença de minha avó – e também madrinha (esposa dele, que, agora estão juntos e com Deus) – quando comecei a fazer o que ele fazia: rezar em seu rosário. Que sensação divina! Desculpem, mas não conseguirei descrever com palavras e, sinceramente, espero que um dia possam experimentar, se já não experimentaram algo igual ou parecido. Cheguei a me emocionar, não pude me conter. Depois dessa experiência, fui ler e abrir meus presentes. O cartão de minha irmã fala do espírito de Natal e da bondade de Deus para que essa preencha nosso lar. O presente que estava em um envelope foi aberto logo em seguida – fiquei muito surpreso: tratava-se de dinheiro. Uma quantia importante, da qual fará a diferença para mim nas próximas semanas – confesso que pensei em devolver, mas tratando-se de presente tenho comigo um valor fundamental de minha reprogramação mental: “aprender a receber”. Recebi e me emocionei ainda mais... dormi chorando, se querem saber...



O dia 25 começou agradecendo meus pais pelo presente que me deram, mostrando a importância do que esse dinheiro representa. Ficaram felizes, pude perceber isso em seus olhos. O dia transcorreu como o esperado: eu e meu pai colocamos uma grande TV na sala, teve reunião da família (dessa vez mais gente!), e, depois de que todos se foram, aconteceu uma coisa diferente, inusitada, diria: eu e meu pai começamos a podar as folhas e galhos secos do chuchu que ele plantou a alguns meses na parte da frente de casa (como podem ver nas fotos). Expliquei para ele como as plantas se comportam com relação às podas: se cortarmos as gemas do caule, deixando somente a das pontas, a planta tende a crescer mais rápido; se fizermos o contrário, cortando a gema da ponta, a planta tende a crescer para os lados. Começamos a cortar as gemas dos caules, pois o objetivo é que o chuchu se espalhe, se alastre; portanto, tem que crescer. Em determinado momento, eu tive de continuar a tarefa sozinho, pois meu pai já estava cansado de tanto olhar para cima [risos]. Daí que me veio a idéia de escrever esse post.

Assim como as plantas precisam ser podadas de vez em quando, nós devemos nos podar para que possamos crescer mais rápido e nos tornarmos mais fortes. Dolorido, pode até ser, mas devemos tirar os galhos e folhas secas de nossa existência, pois, muitas vezes, eles tendem a nos atrapalhar, a nos impedir de fazer o que tem que ser feito. Devemos, portanto, vigiar constantemente nossas atitudes, pensamentos, hábitos com relação à tudo o que nos cerca – família, amigos, colegas, bens, dinheiro, experiências, ... tudo. Mas, assim como as plantas, também temos que saber exatamente o limite da poda – pois se retirar todas as folhas, não só as secas, mas também as verdes e as amareladas, a planta morre. Ou seja, o mínimo que temos que procurar é apenas ser melhor do que fomos ontem, mas sem exageros. Buscar acreditar em nossas capacidades, acreditar nos nossos sonhos e fazer com que sejam realidade, buscar fazer as outras pessoas felizes, nem que seja apenas com um olhar ou um sorriso sincero.

Ainda temos tempo para nos podar; mas, lembrem-se: o tempo é implacável – essa é uma das únicas coisas que (pelo menos até onde sei) não conseguimos renovar.

Espero ter passado o recado.

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Feliz Natal!

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