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22 de setembro de 2009

Figurinhas do mercado

Achei um arquivo em meu PC que vale a pena ser reproduzido. Infelizmente eu não achei a autoria, portanto, se alguém sabe, por favor, avisem-me para que possa dar os devidos créditos. Segue abaixo:


Listo abaixo alguns tipos comuns do mercado. Eles são fruto das armadilhas mentais que encontramos pelo caminho.

Vejamos:

O papel do vizinho é sempre mais verde: O trader entra em um papel do setor siderúrgico, digamos CSN. Enquanto Usiminas e Gerdau sobem muito, o seu escolhido parece travado. “Mas porque tinha que escolher logo o errado?” Muitos traders só registram esse sentimento e esquecem de notar que no dia seguinte CSN recuperou o terreno.

O apostador de páreo corrido: Normalmente nunca operou na vida e acha que é a maior moleza do mundo. Pode ser um amigo ou um chato qualquer. “Cara, como é que você não comprou XPTO4? Tava claro que ia subir. Se tivesse dinheiro sobrando na época teria entrado!” Ou pior: “Por que você não saiu quando teve 5% de lucro?” Ou quando subiu ainda mais: “Por que você vendeu com 30% de lucro? Chegou a dar 40%!!!”

O sempre vencedor: Só registra as vitórias nos fóruns. Nunca foi visto errando, perdendo dinheiro. Nunca foi stopado com prejuízo. No mínimo, saiu no zero a zero. E tem um tipo ainda pior de vitoriosos: aqueles que para não encarar a verdade não registram as perdas na sua planilha de controle, apenas os trades vencedores.

O acertador de fundo e topo: O trader consegue comprar no fundo e vender no topo. Pra não dar muita bandeira ele posta no fórum a sua entrada alguns centavos mais alto que o fundo e a saída alguns centavos abaixo do topo. Acertando assim, ficar rico é apenas uma questão de tempo…

Faça o que eu falo, mas não o que eu faço: É aquele que prega que tem q ter disciplina, seguir o plano, definir objetivos, registrar os trades, tudo como manda o manual, mas só vale para os outros. Sua vida de trader é totalmente desregrada, e, obviamente, não consegue ganhar dinheiro consistentemente.

O professor: Sempre tem um ensinamento, uma frase de efeito ou um novo set-up sofisticadíssimo. Sempre em busca de um cruzamento de médias deslocadas casado com divergência no IFR e no MACD e aliado à Gann, Fibo e Elliott plotados de cabeça pra baixo (também conhecido como ponta-cabeça). Quando esta conjunção astral acontece, ele posta o trade como se acabasse de inventar o rádio.

O perseguido: É o trader dedo-podre. Sempre acha que o que ele compra cai, o que ele vende sobe. Sempre na mão errada. Dá um azar danado e não entende por que está sendo perseguido. Acha que tem alguém lá em cima ou em qualquer canto só esperando ele agir pra derrubá-lo. Demora a estopar e quando o faz o papel volta a subir. Aí começam as elucubrações como “AT não funciona”, “o mercado é manipulado pelos tubarões”, “só quem ganha são os insiders” etc.

O otimista: Se esperar, o papel volta a subir, é só manter a calma. Esquece que alguns papéis nunca voltarão ao preço em que ele deveria ter sido estopado. Também não considera o custo de oportunidade, de ficar preso a um papel que não sai do lugar, enquanto vários outros sobem.

O mutante: O papel foi na direção contrária e a operação que começou como day trade, virou swing trade, passou pra position e agora só resta afirmar que ele comprou pensando no longo prazo. Casa com o papel e diz que é uma ótima empresa e que a ação vai voltar a subir.

O viciado em book de ofertas: passa o dia monitorando quem está comprando mais, quem está vendendo. Assusta-se com ordens enormes emitidas por pesos-pesados do mercado, achando que aquela será uma barreira intransponível. Entrega seus papéis por um preço abaixo do que estava planejando realizar por puro medo. Prestando atenção em coisas erradas, fica desconfiado quando tem corretora operando nas duas pontas. Não entende o que se passa e começa a achar que isso é manipulação do mercado.

O caçador do sistema perfeito: O trade começa no mercado, faz algumas operações vitoriosas porque o mercado está bastante favorável e acha que o seu sistema é infalível e que ficar rico é pura questão de tempo. Faz as contas: Se em um mês teve rentabilidade de 10%, logo, no fim de 5 anos mantendo este desempenho poderá comprar a sua lancha. Só que os trades começam a não dar tão certo. É estopado em uma, duas, várias operações. O problema, claro, é seu sistema que não funciona mais. Pula pra outro buscando um 100% a prova de falhas. Depois de alguns stops acionados, mais uma mudança de método. Agora vai! Mais algumas perdas e o novato está destruído emocionalmente. Já desistiu dos seus sonhos. Ele só quer sair correndo dali. Aquilo não é para ele. Por fim, acaba abandonando o mercado.

O auto-destrutivo: Claro que não é uma decisão racional do tipo ” vou comprar essa LIXO4 pra perder dinheiro!” Mas inconscientemente ele se penaliza por algum motivo. Talvez isso passe por questões religiosas e de convenções sociais. Amarras como ” o trabalho dignifica o homem” ou “só dando muito duro é que se chega lá”, ou pior, “que ter muito dinheiro é pecado”. E essa é uma questão muito difícil de resolver, são gerações perpetuando conceitos distorcidos sobre trabalho, merecimento, recompensa. O que fazer nestes casos? Virar day-trade olhando o mercado e enviando ordens de compra e venda o dia todo? Não acho que seja esse o caminho… Alguns traders resolvem isso em suas cabeças estudando mais, se planejando mais, aprimorando planilhas, registrando os trades de forma mais detalhada.

O rei da calculadora: A cada duas horas ele faz contas de quanto já está ganhando. Engraçado é que quando está perdendo ele só faz conta a cada duas semanas. Quando o papel começa a corrigir ele tem duas atitudes: 1. Realiza o lucro no primeiro sinal de correção. 2. Como ele já registrou na sua mente o seu lucro máximo, não aceita menos do que já teve um dia, e assim não sai da operação quando o stop é acionado.

O ídolo das corretoras: O trade que não consegue ficar um dia sem operar. Seria quase como dizer pra ele não comer ou respirar. Gera um monte de corretagem e não consegue ganhar dinheiro por não saber selecionar seus trades. Ganha dinheiro e o devolve ao mercado repetidamente.

E aí, se identificou com algum tipo? Com vários? Que bom, assim eu me sinto melhor… Contribua também e descreva alguma figuraça do mercado. A ideia é fazer uma auto-análise divertida e aprender com ela.

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