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19 de dezembro de 2014

Sustentabilidade na vida diária: o discurso na prática

Sustentabilidade é a palavra constante nos discursos políticos e nas promessas de intenções das empresas. Mas como será que isso tem se traduzido na prática?

O tema é constante desde que ficou correto valorizar a sustentabilidade e ganhar pontos junto ao público consumidor, quando se trata de empresas. Entre amigos e colegas também pega super bem apoiar a causa.

A sustentabilidade agora tem seu grande momento, mas talvez uma grande parte das pessoas ainda não se deu conta dos desafios que sua prática envolve. Somente com a consciência da amplitude do que é necessário para ser sustentável podemos perceber o quanto isso afeta nossas escolhas. Nossas decisões, quer se trate de finanças ou do consumo, vão muito além da reciclagem do lixo. E extrapolam o ambiente doméstico, para levar a valorizar e participar de iniciativas que não sejam predatórias de áreas naturais. 

A sustentabilidade exige ações e atitudes diárias, não se reduzindo a uma palavra no marketing das grandes empresas. Para entender melhor o que isso quer dizer, vamos elencar algumas dessas atitudes:

1. Você precisa procurar a sustentabilidade nos detalhes, atento a empresas e prestadores de serviços que apoiam a comunidade onde se inserem. 

2. O consumidor, quando já consciente da importância da sustentabilidade, rejeita comprar produtos que utilizem o trabalho infantil. 

3. A sustentabilidade condena o uso da mão de obra escrava na confecção de roupas ou em qualquer outro ramo industrial ou agrícola. 

4. A sustentabilidade financeira exige que se busquem condições interessantes para uma negociação, antes da compra de um bem para a família. 

5. As escolhas do consumidor sustentável consideram a cadeia produtiva do bem produzido, preferindo aqueles que empregaram mão de obra local em primeiro lugar. Os produtos de origem nacional têm preferência sobre produtos importados, porque deram emprego para trabalhadores brasileiros. 

6. O consumidor que busca a sustentabilidade observa a política das empresas com relação ao meio ambiente. 

7. O consumidor sustentável busca a redução de seu consumo pessoal, ao mesmo tempo em que está decidido a consumir com qualidade, o que garante que suas escolhas serão boas para si próprio, para a sociedade e para a natureza.

8. Os produtos sustentáveis não contêm substâncias tóxicas e que são de difícil decomposição na natureza. São duráveis e não descartáveis. Essa é mais uma observação a ser feita na hora da compra. 

9. A empresa preocupada com a sustentabilidade trata seus funcionários com dignidade e seus fornecedores com respeito. Como consequência, respeita também seus clientes, porque deseja sua fidelização, que sejam clientes sustentáveis. 

Os investimentos também precisam se alinhar com a política da sustentabilidade, que se estende a todas as atividades humanas. Eles se distinguem com algumas características:

1. Investimentos sustentáveis são normalmente de longo prazo. O retorno não é apenas financeiro, mas traz satisfação pessoal e melhoria de vida para comunidade e também países. 

2. O investimento em ações deve privilegiar as empresas de capital aberto que já provaram estar envolvidas com ações sócias e ambientais. Há uma ferramenta que aponta esta condição, o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial, o que facilita a escolha do investidor.

3. O investidor sustentável apoia as Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com os ideais com que se identifica. Ou mesmo pode fundar uma ONG ou OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Amigos podem se unir para questionar indústrias ou comércio quanto ao compromisso com a natureza e o futuro. 

4. As ações para economizar energia em casa são ações de investimento pessoal e familiar de sustentabilidade. Pequenas iniciativas, como desligar o standby dos aparelhos, que consomem energia, a economia de água e o planejamento da alimentação para evitar desperdício.

Com todas essas questões levantadas, já deu para perceber que sustentabilidade não é um assunto para o palanque político ou apenas para programas de governo. O compromisso com melhores condições sociais, ambientais e econômicas, no presente e no futuro, exige determinação e consciência. Mesmo quando ninguém está vendo, todos os dias, quando estamos sozinhos ou na companhia de amigos e da família. Sair do discurso e agir significa sair da zona de conforto e trabalhar para esse ideal se tornar possível.  


Por Regina Di Ciommo, colaboradora do site de Finanças Emprestimo.org

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