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31 de agosto de 2013

O autocontrole e os efeitos de curto e longo prazos

Artigo originalmente escrito em GestorFP.

Uma das maiores dificuldades das pessoas é ter autocontrole. Essa habilidade é fundamental para que consigamos atingir nossos objetivos na vida. Existem vários estudos no campo da psicologia que tratam desse tema, já que, se descobrirmos os mecanismos internos que nos permitam acessar essa habilidade tão cobiçada, poderemos ter maiores possibilidades de sucesso.

Conforme foi dito no artigo anterior (clique aqui para ler), o autocontrole é uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida, ainda mais quando o foco de atenção são as finanças pessoais. Dois estudiosos sobre esse assunto, Yaacov Trope (New York University e Tel Aviv University) e Ayelet Fishback (The Academic College e Tel Aviv-Yaffo), mostram através de um estudo realizado (Counteractive Self-Control in Overcoming Temptation) cinco experiências que podem nos estimular a criar meios para desenvolvermos ou eliciarmos o autocontrole.

Geralmente as pessoas sabem o que querem, mas se sentem inseguras se aquilo que querem é realmente o que desejam. Essa incerteza reflete as dificuldades em tornarem seus desejos viáveis através da falta de oportunidades, falta de liberdade de escolha ou falta de habilidades pré-requeridas. O trabalho de Trope e Fishback tomou como base várias outras pesquisas sobre autocontrole e as estratégias/hipóteses que eles criaram procuram determinar (a) como antecipar as tentações que provocam o autocontrole bem como (b) se o autocontrole diminui a influência das tentações no comportamento.

Antes de falarmos sobre essas experiências que eliciaram as estratégias, vamos fazer algumas distinções entre os efeitos percebidos das atividades a curto prazo e a longo prazo. Os efeitos de curto prazo são imediatos, mas não são perenes; por outro lado, os de longo prazo são remotos, mas duradouros. Quando nos deparamos com situações em que os efeitos de curto prazo se defrontam com os de longo prazo, nos encontramos em um grande dilema. Um exame médico pode causar desconforto imediato, mas pode prevenir e promover sua saúde no longo prazo. Porém, as pessoas podem decidir não realizar o check-up caso tenham uma pré-compreensão de que o desconforto percebido é maior do que ele é de fato – em geral quando os efeitos de curto prazo entram, de fato, em conflito com os efeitos de longo prazo, as pessoas tendem a perceber os eventos de curto prazo como ameaças aos seus interesses de longo prazo. Em resposta a essa ameaça, as pessoas podem exercer o autocontrole envolvendo inúmeros processos cognitivos, emocionais e motivacionais a fim de neutralizar os incômodos do presente objetivando alcançar os resultados almejados no futuro.

Descomplicando: a compreensão da importância de realizar reservas para a conquista de seus sonhos ou de realizar a atividade de registro de TODAS as entradas e saídas em suas finanças pessoais (para muitos inicialmente incômoda) pode fazer com que você tenha uma vida financeira compensadora. De acordo com a pesquisa, esse autocontrole pode ser obtido através de autoimposições de penalidades materiais, sociais ou psicológicas. Quando o desconforto é pequeno, pouco ou nenhum autocontrole é exercido; quando o desconforto é grande demais, isso pode fazer com que você não exerça autocontrole, pois vai parecer que é impossível de realizar determinada atividade.

No próximo artigo falaremos sobre a Teoria do Controle Contra Ativo (Counteractive Control Theory ou CCT), uma das bases de compreensão desse estudo.

Até lá!

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