Começo esse post com uma palavra pouco usual, que, talvez,
alguns não tenham sequer o conhecimento do significado dela: Procrastinação.
Portanto, vamos defini-la um pouco melhor. O verbo procrastinar significa: “Deixar
para depois. Adiar, espaçar, delongar, protelar, postergar”. Infelizmente, esse
hábito pode levar a situações muito delicadas quando se trata das nossas
finanças, pois, muitas vezes, deixamos de assumir a responsabilidade sobre a
nossa vida financeira, ficando para depois esse momento tão fundamental.
Alguns justificam que não têm tempo para criar um orçamento
pessoal; alguns até o criam: mas na hora de colocar em prática... o momento da
ação fica para semana que vem ou mês que vem, porque “aí eu posso me programar
para isso” (lembra muito a ideia do regime alimentar: “na segunda eu começo”). Pura
desculpa! As semanas passam, os meses passam, os anos passam e a pessoa mal
saiu do lugar. Ou, então, quer começar a criar suas reservas para a
aposentadoria ou independência financeira, mas nem o primeiro passo é dado para
organizar esse plano tão importante de modo inteligente... e o tempo vai escoando...
Lembre-se que esse recurso, o tempo, é igual para todos nós e ele é implacável:
não volta jamais!
O hábito de procrastinar (sim, é um hábito!) acaba por se
estender por toda a sua vida: é um amigo que você deixa para visitar depois (e
acaba visitando-o uma vez por ano e olhe lá!); é a dívida que não se resolve e vai virando uma bola de neve viva; são os sonhos que vão sendo colocados de lado devido
“a correira do dia-a-dia”; é aquela oportunidade de
trabalho ou negócio que faria com que você desse uma alavancada em sua
carreira, mas, por medo, insegurança ou pelo simples hábito do “depois penso
nisso”, o tempo passa, perde-se uma boa chance e muitas vezes nem se avalia – e
vem a desculpa esfarrapada: “Ah... não era pra mim mesmo...” Não era mesmo...
as oportunidades existem e estão aí para quem estiver preparado para agarrá-las.
Não estou falando que se deva fazer as coisas de modo impensado, não mesmo.
Porém é necessário que se tome uma atitude, mesmo que ela seja a de não se
fazer nada (mas de caso pensado!).
Mas, o que fazer? Aprendi que, essencialmente, existem dois
tipos de hábito: o hábito de fazer e
o hábito de não fazer. Parece óbvio
demais... e é! As verdades, quando ditas, são simples, porém profundas. Então,
se você deseja controlar o seu dinheiro, SAIA DA INÉRCIA MENTAL (faça alguma coisa!) e desenvolva um
orçamento compatível com seu padrão de vida. Não se esqueça de colocar em
primeiro lugar seus sonhos: a viagem, a casa, a independência financeira (acesse esse link e acompanhe um casal que está indo rumo à esse sonho), o
carro, o curso de graduação, mestrado, doutorado ou qualquer outro, dentre
vários sonhos. Você vai perceber que não dá para colocar todos os sonhos em
ação ao mesmo tempo. Alguns não serão possíveis de se realizar: muitas vezes ou
é um ou é outro – tem que se escolher, não tem jeito. Recomendo que anote todos
eles, e especifique quanto custaria para realiza-lo em valores de hoje. Depois,
defina dentre eles quais são as suas maiores prioridades, mas não escolha mais
que dois ou três para focar. Trace um plano. Determine o prazo realista para a conquista desse
sonho. Determine como e onde vai aplicar seu dinheiro para realiza-lo. Não se
esqueça de considerar seu perfil de investidor além de outras questões como inflação, imposto de renda e os custos que incidem na aplicação. Dê um nome para seus
sonhos: isso evita que se fique tentado a consumir coisas supérfluas durante a
trajetória. Sonhos definidos. Sonhos planejados. Continue a construir seu orçamento.
Não deixe para terminar depois - nada de procrastinação!
Existem, basicamente, sete áreas em que nós temos custos ao
longo de nossas vidas. A saber: alimentação, moradia, saúde, transporte, lazer,
vestuário e educação. Em algumas delas podemos ter gastos mais esporádicos
(vestuário, por exemplo), enquanto noutras o gasto é necessário para a
sobrevivência (sim, inclua o lazer – ele é importante para a saúde emocional e
mental). Esse é o momento em que muita gente pode gritar: “Eu? Fazer um
orçamento pessoal e ter que segui-lo? Eu não! Prefiro viver livremente!”. A
maioria das pessoas que diz isso muito provavelmente está dura ou quase lá. Um
orçamento, muito pelo contrário, traz liberdade: GARANTE que você realizará
seus sonhos (primeiro os seus sonhos, não foi assim que se conduziu o
processo?) e que estará controlando suas despesas pessoais assim como gastando
bem seu dinheiro – afinal, você sabe para onde ele está indo! É só uma questão
de mudança de ponto de vista: em vez de te acorrentar, o orçamento pessoal (se
feito de maneira adequada) te liberta. Mas acaba por aqui? Não, não mesmo.
O último passo, e tão essencial quanto o planejamento,
chama-se EXECUÇÃO. Não é porque estamos no meio da semana que você vai começar a
aplicar seu orçamento pessoal na segunda que vem o que já era para ter sido
colocado em prática no ano passado (ou antes!). A ação (e não a inação) é que
vai determinar o seu sucesso. Planejar com o tempo se torna mais fácil, mais
familiar – e recomendo duas coisas: revisão,
no mínimo trimestral; e acompanhamento,
no mínimo mensal. Mas o dia-a-dia é que fará com que você atinja ou não as suas
metas: que faça dos seus sonhos realidade. E sabe o que mais? Não depende de
ninguém: SÓ de você mesmo.
Muito provavelmente, se você é um procrastinador, ficará
desconfortável em colocar todas essas resoluções em prática. Mas não deixe de
fazer o planejamento. Não deixe de executar. O seu hábito de procrastinar pode
ser mudado. A maneira mais prática de eliminar o hábito de não fazer é fazendo! É um dos caminhos mais simples!
Mas como mudar um hábito? Vigilância constante, persistência, foco em seus
sonhos, desejo e a simples EXECUÇÃO. Paro por aqui – por enquanto...
Mas, e você? Vai assumir a responsabilidade sobre suas
finanças ou serão elas que mandarão em sua vida?
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