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10 de janeiro de 2012

O segredo da vida está dentro de você!

Ontem eu vivenciei uma situação inusitada, que, a princípio, mostrou-se de elevado risco. Eu fui abordado por um rapaz que estava bastante alterado. Como instinto de reação eu me preparei para uma possível fuga e, se fosse o caso, uma luta. Nunca precisei usar minhas habilidades e conhecimentos em artes marciais em ninguém e espero continuar com essa marca pelo resto da vida. E, felizmente mais uma vez, não precisei usar nessa ocasião.

Vou resumir o conteúdo da conversa e, depois, apresentar meu ponto de vista.

Esse rapaz se disse ex-presidiário, queria tomar uma pinga, e estava muito alterado. Sua voz era rouca, suas reações corporais eram involuntárias, como se de fato estivesse entorpecido. Mas, naquela situação, acabei conversando com ele enquanto caminhava para o ponto de ônibus. Ele disse que tinha matado uma pessoa e por isso tinha sido preso. Porém, agora, devido a condição de discriminação, ele não conseguia trabalho, não conseguia abrigo e vagava por aí. Perguntou insistentemente se Deus o perdoaria pelo que ele fez e o convenci de que sim, desde que ele se sentisse perdoado. Depois, ao chegar ao local onde esperaria meu ônibus, ele confessou que precisava era de uma palavra, alguém que pudesse clarear um pouco a mente dele. Pediu, novamente, que eu lhe desse dinheiro, mas não dei. Sabia que se o fizesse ele se intoxicaria ainda mais e eu poderia, direta ou indiretamente, provocar mais mal que bem.

Isso me fez refletir em como a maioria de nós é abençoada e que como podemos mudar o mundo (no mínimo o nosso e das pessoas mais próximas) se tivermos a vontade suficiente para mudar a nós mesmos. Esse rapaz está numa situação de risco em que ele pode prejudicar a si mesmo e outros indivíduos - o que pode ser muitas vezes pior por se tratar de pessoas inocentes. Mas qual a raiz disso tudo? A meu ver, chama-se educação. Não é bem a educação formal, de dentro das escolas, faculdades e outras instituições de ensino. É a educação proveniente da formação familiar. Ele tem culpa do que fez no passado? Sim, provavelmente sim. Mas as influências que ele recebeu de seus familiares, pessoas de referência, da própria sociedade, enfim, o que ele absorveu trouxe ao seu estado atual.

Isso me traz a um assunto importantíssimo para todos nós: o condicionamento de nossa mentalidade. Basicamente, somos influenciados de três formas: condicionamento verbal (o que você ouviu quando era criança), exemplos (o que você viu quando era criança) e episódios específicos (que experiências você teve quando criança). Essa tríade é poderosíssima e, geralmente, ela traz todos os impactos inconscientes em nossas vidas.

O primeiro passo para mudar nossa realidade interna (e a meu ver o mais difícil) é a conscientização. Trata-se da identificação de algum comportamento e modo de pensar que te prejudique ou que te proporcione reações e sentimentos ruins. Após a conscientização, devemos entender que essa forma de pensar (e, consequentemente, agir) não é nossa: foi aprendida de fora. Qualquer uma das três formas de condicionamento são externas e elas foram aprendidas de alguém: essa é a fase do entendimento. Depois, com esses pensamentos/comportamentos claros e definidos, temos o poder de decidir mantê-los ou mudá-los: essa é a etapa de dissociação. Por fim, temos, das mesmas três formas (condicionamento verbal, episódios específicos e exemplos), re-estabelecer novos e melhores hábitos: a fase de recondicionamento  (não é a mais difícil, mas a mais trabalhosa). Esse é um processo que pode ser demorado, especialmente quando se trata de nos desenvolvermos ao ponto de mudar hábitos. Geralmente, são meses de vigília e auto-monitoramento, até que, em determinado momento, você começa a executar as ações propostas de forma automática, sem pensar.

O que eu quero propor com essa reflexão? Se você, leitor, tem a oportunidade de ler esse post (e qualquer outra informação na internet) saiba que você já tem tudo o que precisa para mudar a sua vida. Tem que estudar mais, tem que se aperfeiçoar, entender como funcionam os mecanismos mentais? Claro que sim. Dá trabalho? Depende do seu nível de interesse. Quando o verdadeiro desejo vem à tona, mesmo que pareça algo impossível de se realizar, nós realizamos justamente esse "impossível". Sei que não são todas as pessoas que têm gosto ou interesse por esses assuntos, mas ao menos deveriam aprender como se aperfeiçoar. Se cada consciência individual se elevar, a consciência de toda raça humana também se elevará e criaremos um mundo, um ambiente muito melhor na nossa breve jornada terrestre.

"Tudo aquilo que a mente do ser humano criar e acreditar pode ser feito" -Napoleon Hill

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