Sempre me perguntam sobre o mercado imobiliário: será que continua subindo tão forte como aconteceu nos últimos 3 anos? Ou será que teremos uma queda nesse mercado? Será que vale a pena comprar um imóvel agora? Como está a oferta e facilidade de obtenção de crédito? Dentre tantas outras perguntas.
É fato que um brasileiro medianamente informado tem noção do que aconteceu nos últimos anos, desde 2008, aproximadamente: uma valorização imobiliária expressiva. Para se ter ideia, de acordo com um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) e pela Zap Imóveis, em 12 meses (novembro/2010 a novembro/2011) as seis capitais brasileiras objetos de estudo apresentaram a seguinte valorização imobiliária:
Rio de Janeiro acumula alta de 37,4%;
Recife alta de 28,8%;
São Paulo alta de 27,9%;
Belo Horizonte alta de 25,2%;
Distrito Federal alta de 14,6%;
Salvador alta de 7,8%.
Valorizações bem expressivas, de fato. Porém, esse mercado começa a mostrar alguma desaceleração, tendendo, em um médio prazo (2 ou 3 anos), a uma queda – talvez não muito expressiva, mas algo em torno de uns 20%, aproximadamente. Não sei como é nas outras cidades brasileiras, mas aqui na Grande Belo Horizonte, atualmente, não é muito difícil ver placas de “Aluga-se” e “Vende-se” com maior quantidade do que há alguns meses atrás (operando-se a lei da Oferta e da Demanda, quando a oferta aumenta, os preços tendem a diminuir!).
Apesar de uma perspectiva de queda, a oferta de crédito voltada às pessoas físicas, especialmente, tende a aumentar de 30% a 40% em 2012. É muito dinheiro, é muito estímulo que estará disponível para o brasileiro. Toda essa oferta tem um respaldo legal muito grande para as instituições financeiras que ofertam o dinheiro: a chamada alienação fiduciária. Você, meu caro leitor, “acha” que, ao financiar um imóvel (e, em realidade, qualquer bem) você é DONO dele? Pense direito. Não, você não é dono enquanto não pagar pelo bem completamente! É certo que, ao realizar um financiamento de bens de alto valor (imóveis, veículos) tem-se seguros que cobrem riscos no caso de falecimento, de impossibilidade de pagamento dentre outros itens (que, inclusive, recomendo imensamente a observação e a clarificação desses itens ANTES de contrair o financiamento). Porém, experimente parar de pagar (não faça isso!) por qualquer motivo que seja sua casa ou seu carro. Faça isso e tenha seu bem tomado de você! (isso não é um processo relâmpago, mas tende a ser rápido). Resumindo: enquanto você está pagando sua parcela (argh!), a instituição financeira te deixa calmo e tranquilo – te oferece ainda mais crédito, inclusive. Mas se acontecer algum percalço no meio do caminho... prepare-se.
Além do mais, a compra de um bem de alto valor deve ser muito bem planejada e, se for necessário realizar o financiamento, que ele seja feito com grande parte do bem já quitado (realizando o pagamento de uma entrada maior), o que diminui enormemente o impacto dos juros pagos no período do financiamento.
O que estou querendo dizer com tudo isso? Se você tem um imóvel, do qual não é o seu lar (pessoalmente tenho comigo que todas as famílias devem sim ter sua casa, seu lar), fique atento para as movimentações que JÁ estão ocorrendo no mercado imobiliário brasileiro. Se ainda não tem, mas pensa em adquirir, avalie o porquê dessa aquisição: tem gente que compra um imóvel, em que vai morar, mas com aquela forte intenção de vendê-lo para aproveitar a “alta dos imóveis” e sair lucrando. Não estão errados. Sempre, ao comprar um imóvel, devemos escolhê-lo na intenção de que se valorize. Porém, nas condições atuais, essa estratégia pode ser perigosa.
Reflita, faça as contas, compreenda suas emoções, converse com mais pessoas e, sempre: tome SUAS decisões!