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6 de maio de 2012

Como é construída a força mais poderosa do universo?

O título deste post é ousado. Que força poderosíssima é essa? O poder da natureza: dos furacões, dos maremotos, dos terremotos, dos vulcões, dos raios? De fato, até onde sei, nenhuma dessas pode ser manipulada ou, principalmente, controlada. Ainda não. Talvez, a criatividade humana consiga se superar mais uma vez e consiga controlar essas forças um dia.

A força da qual estou falando é a força do hábito. Uma definição de hábito é "comportamento que determinada pessoa aprende e repete frequentemente, sem pensar como deve executá-lo". É o automatismo do comportamento que, muitas vezes, executamos, repetimos "sem perceber". Por que o hábito é a força mais poderosa do universo? Exatamente porque ele faz com que a constante repetição (do que quer que seja) produza efeitos cada vez mais profundos.

Vamos abordar dois pontos de vista simples. Digamos que uma pessoa tenha o hábito da leitura. Então é bem natural observarmos tal pessoa lendo um livro, uma revista, sempre acompanhada de alguma coisa que ela possa ler. Ela, muitas vezes, pode até ansiar por esse momento. Qual a consequência disso no longo prazo? Dependendo do que é lido, a tendência é que essa pessoa saiba sobre muitas coisas e, sobre assuntos de maior interesse, torne-se alguém que entenda muito sobre determinado assunto. Por outro lado, imaginemos um exemplo desagradável: uma pessoa que tenha o hábito de não escovar os dentes. Não vou detalhar o que ocorre, mas, no longo prazo o que vai acontecer? Essa pessoa corre o sério risco de perder seus dentes. E mais: corre riscos de ter diversos tipos de doença, desde uma fortíssima gengivite a um ataque cardíaco (eu fiquei impressionado quando soube que a falta de cuidados com a boca pode causar infarto).

Um hábito é um comportamento. Um comportamento que foi diversas vezes repetido, reforçado e que chegou ao estado de inconsciência: o famoso "piloto automático". Como podemos mudar hábitos ruins, comumente chamado de vício? É simples. Um hábito só pode ser substituído por outro. Não existe outro caminho. Para se ter o hábito de praticar exercícios físicos é necessário praticá-los. Isso nos leva a um ponto interessante: sabia que existem dois tipos de hábito? Sim: existe o hábito de fazer e o hábito de não fazer. Então se você não faz alguma coisa e quer mudar isso, o único caminho é fazer tal coisa!

Mas como os hábitos são formados? Pergunta interessante. Aprendi recentemente o processo, a ponte que leva à formação do hábito. Particularmente só conhecia o estado atual e o estado desejado e executava aquilo que sabia que me conduziria ao estado desejado. Mas... como saber que o hábito está sendo formado?

Existem quatro estágios que são necessários para se adquirir novos hábitos ou novas habilidades. E, claro, isso serve tanto para hábitos bons quanto ruins.



Estágio Um: Inconsciente e Sem Habilidade


Nesse primeiro estágio você está completamente inconsciente do hábito e, consequentemente, despreparado para executar tal ação. Isso se dá antes de você dar sua primeira tragada, usar o vaso sanitário, tomar seu primeiro drinque, antes de aprender a dançar, ler, de começar a controlar seus impulsos de consumo, de cuidar de suas finanças, de tocar algum instrumento musical, praticar algum esporte, enfim: o que quer que seja. Você está inconsciente do hábito e completamente desinteressado em aprender a prática, portanto, despreparado.



Estágio Dois: Consciente e Sem Habilidade


Nesse momento você tomou consciência da prática. Mas como tudo é muito novo, você não tem habilidade para lidar com aquilo: bebeu pela primeira vez ou fumou e isso caiu muito mal; sua mãe começou a sugerir o vaso sanitário; tentou tocar piano, violão, mas ainda não sai nada "bonitinho", harmônico; tentou usar algumas ferramentas de controle financeiro, mas ainda não sabe bem como manuseá-las, começou a usar o computador e não consegue digitar rapidamente. Tudo é muito desajeitado, antinatural e, muitas vezes, assustador.

Porém, se persistir, você chega ao terceiro estágio:



Estágio Três: Consciente e Habilidoso


Devido a prática e à experiência, você se torna cada vez mais habilidoso, mais confortável em executar tal comportamento ou prática. Quando o cigarro e a bebida passam a ser saboreados; quando não é mais necessário prestar tanta atenção ao se tocar algum instrumento; quando dançar começa a se tornar mais fluido; quando suas finanças começam a ficar mais claras e suas decisões são mais precisas, conscientes. Resumindo: quando você começa a "tomar o jeito da coisa".

Por fim:



Estágio Quatro: Inconsciente e Habilidoso


Esse é o estágio do piloto automático. Neste estágio você não tem que pensar. Simplesmente executa a ação. É o estágio final para uma pessoa se tornar alcoólico ou fumante, quando já se "esqueceram" de seu hábito compulsório. Quando, ao levantar pela manhã, escovar os dentes e usar o sanitário é a coisa mais natural do mundo. É quando você se depara com aquela bolsa que, em um momento anterior, era "perfeita" e você tinha que comprá-la e hoje não te traz nenhuma ansiedade em tê-la. É quando simplesmente "acontece", simplesmente faz.



Trabalhoso? Sem dúvida que sim. A imagem abaixo traz bem a ideia do que se trata. Mas, como qualquer hábito que se deseja construir, desenvolver, você tem um grande poder: o poder da escolha. E lembre-se: ao se (re)moldar de forma melhor, a maior recompensa que pode ter é uma vida nova.

Boa semana!